• 11 de outubro de 2013

    Desfazendo nós

    – Pois é, lembrei bastante de você nesta semana.

    – Porque?

    – Eu estava pensando na vida como sempre faço e estava pensando em algo que a minha mãe me disse uma vez.

    – Sobre o que?

    – Sobre não desagradar o meu pai.

    – E o que ela te disse: que seu eu desagradasse ele, ele iria embora e nós dois iriamos morrer pobres na rua.

    – Uau… que visão amedrontadora hein?

    – Pois é… na época era mesmo, mas agora meu… agora eu não preciso mais dar ouvidos à ela como se fosse um bebe né?

    – Hum… e aí lembrou-se de mim?

    – É… porque fizemos um exercícios estes tempos e eu fiz ele com esta memória.

    – O que você fez?

    – Simples: me imaginei adulto do lado dela e disse para ela: “mãe, se o pai for embora hoje eu vou trabalhar”.

    – E como ficou a memória?

    – Longe e distante… fui atrás do meu primeiro emprego… sei que meu pai não quer porque “vai atrapalhar os estudos”, porém fui e estou super feliz!

    – Ótimo!!!
    É comum na vida de um terapeuta ver vários clientes com uma mesma temática e também é comum vê-los resolvendo seus problemas de formas muito parecidas. Nestes últimos tempos tenho visto várias pessoas aprendendo a dialogar com elas e questionar suas crenças limitantes o que é algo altamente gratificante tanto para o terapeuta como para o cliente – principalmente para o cliente!

    Nós criamos ideias e seguimos estas ideias, tomamo-as por base para criar comportamentos, escolher um parceiro ou um trabalho, são elas que ajudam a determinar nossa garra e vontade, nossos medos e até mesmo o quão bem vamos nos dar em nossas vidas. Por isso é bom que estas ideias sejam boas e nos ajudem a crescer. Ocorre que nem sempre é assim.

    É comum termos crenças que falam contra nós, interrompendo o nosso processo de mudança e evolução pessoal e nos colocando para baixo. Estas crenças e ideias muitas vezes se manifestam como uma “sensação de que estou fazendo algo errado” ou uma “dúvida logo depois que faço o que eu quero” ou então uma “voz que me diz: errado”, ou então “quando eu paro para pensar no que vou fazer logo me vejo me ferrando sabe? Como se tudo fosse dar errado”. Estas e várias outras manifestações se referem à mesma coisa uma crença ou ideia que não ajuda você a decolar.

    No entanto, as pessoas conseguem aprender a reagir de forma diferente à estas manifestações. O cliente acima, por exemplo, disse que cansou-se de ouvir a mãe dele dizer sempre a mesma coisa e resolveu retrucar. Mesmo que isso seja apenas na mente dele é algo que ajuda a pessoa a mudar pois coloca a forma pela qual ela se via, a forma pela qual via o mundo e os comportamentos que ele se permitia no mundo em cheque, a pessoa consegue cogitar mais coisas, mais caminhos e com isso aprende a crescer.

    Em geral estas ideias não se sustentam sozinhas, são pobres em “provas”, desta forma é muito simples questioná-las e derrubar os seus alicerces. O cliente acima entendeu isso muito bem quando se colocou lá como um adulto, só isso já quebra a memória e a lição que ela ensinava para o rapaz: de que ele deve obediência ao pai sob pena de morrer pobre. Porque? Porque quando ele ouviu isso era um menino e talvez naquela época aquilo fosse mais verdadeiro do que hoje, porém hoje ele é um adulto e pode se sustentar.

    E você? Como questionaria as ideias que te prendem? Dê um cheque-mate nelas!

    Abraço

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