• 1 de outubro de 2014

    O Jardim das bençãos

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    • Eu acho que estou entendendo o que está acontecendo comigo.

    • O que?

    • Eu não sei se é o certo de pensar ou não, mas é algo que está me dando forças.

    • Hum… me conte!

    • Eu estou começando a ver que tudo o que está rolando é como se fosse aquelas histórias gregas dos heróis que você conta de vez em quando sabe?

    • Sei.

    • Que tudo isso são tipo um teste para eu poder ir além.

    • E como isso está te ajudando?

    • Bom… eu estava lá com aquele dilema e percebi que eu estava me achando muito “coitado” e quando pensei no “teste” eu me senti melhor.

    • Melhor como?

    • Melhor tipo assim: pô, se isso tá aqui é porque eu posso dar conta, então vamos explorar a situação e aprender com ela.

    • Hum…

    • E isso me fez ficar mais desperto e vou te contar que dei uma solução meio louca para o problema, mas que eu curti!

    • Então me conta como que você resolveu

     

    Ninguém disse que crescer é fácil. A evolução do espírito é sempre vivida dentro de uma incógnita, dentro da dúvida e isso afasta muitas pessoas de seus caminhos. Todas as histórias mitológicas mostram o herói passando por vários desafios antes de alcançar alguma benção ou iluminação, as provas são o que nos transformam. No Corão existe uma passagem que diz mais ou menos o seguinte: você pensa que pode entrar no jardim das bençãos sem passar pelas provas que todos os outros que vieram antes de você passaram? Como viver as provas, se temos medo delas?

    Talvez o primeiro ponto a ser desenvolvido é o de que o medo “é só medo”, ou seja, ele é uma emoção que nos alerta para algo que não sabemos exatamente como lidar e que por esta razão pode ter o potencial de nos machucar. É uma emoção que pode ser entendida como “natural” quando estamos adentrando numa zona que desconhecemos ou indo enfrentar algo que não sabemos lidar.

    No entanto, a curiosidade é outra emoção que também é possível neste mesmo contexto. Exercitar a curiosidade significa entender que o futuro será melhor que o presente depois de descobrir algo ao invés de focar, como no medo, na possibilidade de dor ao enfrentar algo novo. O medo foca na dor, a curiosidade foca no aprendizado e esta diferença é crucial. Não é que ter medo é errado, longe disso, mas é importante saber dosar esta emoção para que consigamos ir adiante mesmo ela estando presente.

    Isso nos leva ao segundo ponto: olhos de primeira vez. Muitas pessoas quando dão o passo no abismo querem saber como vai ser. Ora se você soubesse como vai ser, não seria um desafio, não seria uma prova seria? A ideia é justamente dar o passo no abismo sem saber como vai ser e, uma vez lá, contar com o que há dentro de você para vencer a prova. Por isso precisamos ter “olhos de primeira vez”, para absorver o máximo de informações, ver as coisas por ângulos diferentes, estarmos presentes no desafio.

    Esta presença é o que nos traz o terceiro ponto: confiar no que já existe dentro de você. Segundo Joseph Campbell na mitologia sempre que o herói vai para a aventura é porque de alguma maneira ele já está pronto para ela, a aventura evoca no herói as suas virtudes e qualidades mais nobres. Para que esta alquimia ocorra, é importante confiar no que há dentro de si, entregar-se para a aventura e vencer os medos que nos prendem à “terra seca”. Estar em contato consigo é perceber suas emoções, seus pensamentos e deixar o corpo livre para agir e reagir. Muitas vezes queremos pensar em tudo o tempo todo, mas às vezes o mais importante é simplesmente deixar “algo” ocorrer.

    Obviamente que este “guia” é amplo e não possui instruções detalhadas. Porque ele é assim? Porque é assim que precisa ser. Cada um de nós precisa encontrar a sua maneira de fazer este caminho – ou não seria “o nosso” caminho. É aí, inclusive, que encontramos os nossos “limites” de crescimento espiritual, emocional e moral: dentro das ações que nos entregamos em ter e daquelas que não. Não que agir ou não agira sejam semelhantes à certo ou errado respectivamente, mas sim que estas escolhas definem os limites que vamos criando e dentro do qual viveremos. Escolha um bom para você.

    Abraço

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