– Aí eu fiz o que não devia. Fui lá, falei tudo e ainda dei em cima dela.
– Entendi.
– Ai foi uma grande caca o que eu fiz e eu sei disso. Hoje já vou pedir desculpas. O ruim é que estou me sentindo péssimo com isso.
– Entendi. Bom, vamos lá então. Em primeiro lugar: PARABÉNS.
– Ã?
– Sim, parabéns porque embora você tenha feito “caca” você foi atrás de algo que genuinamente você estava precisando.
– … não posso falar que não…
– Claro, o que nós vamos dar uma trabalhada aqui é sobre como fazer isso de uma forma mais saudável para você.
– Ótimo tô precisando.
– Em segundo lugar, parabéns novamente.
– (Risos) agora você está indo longe demais.
– (Risos) Veja bem, além de você ter feito, você percebeu que não atingiu o seu resultado, que magoou outra pessoa e já está se planejando para mudar o rumo dos teus atos. Ou seja, está fazendo a coisa do jeito certo: tentando e aprendendo.
– Hum… é… mas dói né?
– Ah sim, mas o mais importante disso é que você está aprendendo e isso é o principal. Está mudando o seu jeito de agir e evoluindo.
– É… verdade.
Grandes mudanças podem começar com grandes erros. O importante não é o erro em si, mas sim o que fazemos com ele.
Aprender é aprender, não importa se sofremos ou não no processo. É mais prazeroso quando o aprendizado vem de um sucesso, no entanto, se vier de um erro tem o mesmo valor para a nossa evolução pessoal.
Como disse ao meu cliente o que resta é aprender: o que fiz? Como fiz? Qual o resultado? Não consegui o que queria? Ótimo, tenho que mudar o meu jeito de agir. Quanto mais o foco se orientar para essa vertente mais a pessoa irá aprender sobre si e sobre como viver a sua vida.
O problema é quando tornamos o erro um julgamento moral e começamos a nos culpabilizar à respeito do que fizemos. A culpa geralmente nos afasta do que fizemos e daí dos aprendizados que poderíamos ter com o que ocorreu.
Fica a dica de forma geral: errou? Sem problemas, busque o seu aprendizado. Chore se for necessário e busque, mais tarde, aprender com o seu erro. Isso é o que vai ajudar você a não errar. Os grandes gênios erram, todos, a questão é que erram uma vez só num mesmo contexto. No campo afetivo existe uma frase de uma famosa terapeuta que disse: “não prometo que não vou magoar você, mas prometo fazê-lo apenas uma vez”.