• 1 de junho de 2012

    Quem és tu?

    – Entendo perfeitamente… você simplesmente não consegue sentir-se forte o suficiente para dar o limite e, então dá e logo depois volta atrás, não é isso?

    – É… é bem isso.

    – Pois é… o que isso tem a ver com o teu “eu”.

    – Meu eu? Como assim.

    – Olha só: esse tema é um que já vimos em praticamente todas as áreas da sua vida não é mesmo?

    – É verdade, sou um péssimo colocador de limites.

    – Colocar o limite você coloca. Esse não é o seu problema. A grande questão surge quando você tem que fazer o que?

    – Hum… quando tenho que manter ele né?

    – Exato! É quando você vê a brabeza no seu conjugue, ou a lágrima caindo no rosto do seu filho que você volta atrás. Volta atrás em algo que você sabe que está “correto”.

    – É…

    – Então… se está em tantas áreas assim, é um tema muito importante para você não é?

    – Sim.

    – Por isso que te pergunto: quem fica voltando atrás em limites é o que?

    – Me acho um banana isso sim!

    – Coração mole, manteiga derretida… Mendigo afetivo

    – É é… faz sentido tudo isso… principalmente o último. Não quero que ninguém fique brabo comigo para que eu não perca o amor dessas pessoas. Acho que se  eu fizer tudo o que os outros querem vou ganhar algo em troca com isso.

    – Vai, já tem ganho: uma sensação permanente que está fazendo a coisa errada, mesmo que todos “gostem” de você.

    – Tá, entendi.

    – Muito bem… agora é assim: o que tu tens que fazer no seu comportamento aí contigo para poder te identificar de outra forma?

    – Como ser outra coisa além de um mendigo emocional?

    – Exato, o que você gostaria de ser ao invés de ser isso?

    – Quero me identificar com alguém de respeito.

    – Ótimo, quem tem que te respeitar em primeiro lugar então?

    – Eu né?

    – Sim. Vamos trabalhar agora com o que te impede de fazer isso e com o que você deve aprender para poder realizar isso ok?

    – Vamos lá!

    Quem é você?

    Identidade é um tema muito interessante em terapia. Muitas pessoas são excelentes no que fazem, porém não se identificam como uma pessoa competente, profissional de sucesso ou mesmo merecedores de carinho. Daí que, ao se identificar de uma dada forma passamos a agir de acordo com este “auto-conceito”, mesmo que não concordemos com as ações que tomamos no nível racional.

    “Auto-imagem” como nos vemos, “auto-conceito” como nos pensamos são partes constituintes de nossa identidade. Vão se somar à auto-estima ajudando ela a crescer ou não se desenvolver. Muitas vezes nossa identidade está repleta de conceitos que os outros tinham ou tem de nós: “filho ingrato”, “você é burra mesmo”, “minha (meu) lindinha (o)”, “você é especial”. E os tornamos nossos à medida que vamos agindo de acordo com essas idéias, sentindo e pensando na direção delas, mesmo que racionalmente sejam contrários à elas.

    Daí o trabalho de aprender a identificar de forma clara a relação entre o que faço, sinto, penso e com quem eu penso que sou. Somente assim podemos começar a falar em integridade, em mudanças evolutivas – porque estamos mudando um conceito de si – que podem afetar a vida de um ser humano por vários anos. São aqueles pensamentos que temos sobre nós que não ousamos contar, falar sobre. Sensações que temos de nós em uma dada situação ou cenário que afetam nossa forma de sentir, agir e pensar uma determinada situação.

    Embora apenas uma ideia, a Identidade é uma ideia poderosa que rege nossas ações, crenças e emoções. Conhecê-la e aprender a como nos identificarmos com idéias mais ricas e úteis sobre nós mesmos é um dos caminhos para a transformação pessoal e para viver o vida de uma forma mais autêntica!

    Abraço

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