– E toda a vez que eu chego lá começo a ficar meio que passando mal sabe? Fico ansioso e acho que vou passar mal.
– Entendo, me parece ser um lugar problemático hein?
– E é Akim.
– O que acontece nesse lugar que é tão ruim assim?
– Ah é o povo que não para de tagarelar, são falsos pra caramba, vai me dando tipo uma claustrofobia de ficar lá dentro.
– Sim, imagino. E como você lida com essas pessoas falsas e tagarelantes?
– Ah, sei lá. Fico pedindo pelo amor de Deus para pararem de falar.
– Pedindo para eles?
– Não, não. Tipo, pedindo dentro de mim sabe?
– Sei sei. Então você não tem uma reação direta sobre isso?
– Não, às vezes eu explodo e daí o pessoal fica uns dias mais sossegado, mas depois volta tudo.
– Perfeito, quando você coloca limite eles respondem e depois você para de colocar o limite e eles voltam é isso?
– Hum, nunca tinha pensado dessa forma, mas é isso sim.
– Como seria manter os limites?
– Como assim?
– Bem, ao invés de explodir ocasionalmente, dar vários limites em várias situações todos os dias.
– Nem sei como seria… nunca fiz isso. Não gosto muito de afrontar sabe?
– Sei, e imagino que esse vai ser o começo do seu processo.
– Ai ai, vamos lá então né?
– Vamos.
“Lugares” que nos deixam ansiosos sempre possuem algo neles que não sabemos como lidar. Neste caso, por exemplo, não era nem o lugar, mas o clima gerado pelos colegas de trabalho. Esse clima era algo que o cliente não sabia como lidar, em outras palavras: algo o incomodava (tagarelas, falsos0) e a resposta que ele dava (pedir dentro de mim que aquilo parasse) não resolvia o problema.
O problema é quando focamos nos sintomas que percebemos em nós: agitação, ansiedade, tristeza; sem fazer a relação destes sintomas com o que causa eles e com a resposta que estamos dando para resolver isso. É como estar com fome (causa) e fazer exercícios para resolver o sintoma (resposta) o que não resolve e ainda causa mais fome, cansaço, tonteiras (sintomas) e ficar prestando atenção apenas para estes últimos, sem buscar uma outra solução para a fome.
Quando não buscamos novas soluções começamos a sentir um certo desespero, sensação de incapacidade que pode minar nossa auto-estima. Entramos num ciclo vicioso em que temos cada vez menos respostas e portanto, menos resultados o que alimenta a noção de não tentar fazer algo novo e aí por diante. Quando estamos nesse ciclo sentindo constantemente medo, incapacidade de lidar com o dia a dia, começamos a sentir um pavor, pânico de pensar em nos expôr nas mesmas situações novamente.
A mudança começa quando começamos a melhorar a auto-estima e o sentimento de capacidade, começando a criar auto-confiança e nos permitindo ter novas respostas frente as situações que nos incomodam. A partir disso novos resultados começam a aparecer e o medo diminui, some com o tempo.
Abraço
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