• 11 de julho de 2012

    “Só” isso?

    – O problema é que eu tenho só isso para mostrar sabe?

    – Como assim “só isso”?

    – Ué, só isso oras. Não tenho nada mais complexo, elaborado.

    – Sim, mas isso é o que você tem não é mesmo?

    – É, mas é uma porcaria.

    – Já te vi, outras vezes, se referindo à sua produção da mesma forma. Como seria se você pudesse ver o que tem de bom na sua obra?

    – Hum, difícil.

    – Igualmente difícil vai ser você crescer com o seu trabalho então. Você reconhece esse padrão no qual você fica desqualificando o seu trabalho?

    – Sim.

    – Veja bem, esse é o padrão que você deve mudar agora para começar uma nova etapa do seu crescimento.

    – Como vou fazer isso?

    – Simples: pegue a obra, veja tudo nela que você, honestamente, gosta, aprecia, acha que está bom. Diga para você mesmo “isto está bom”, é uma educação no sentido de você aprender a ver o que você fez, e valorizar (dizer-se: “isso que eu fiz está bom”).

    – Hum

    – Que tal tentarmos com a sua obra agora?

    – Tá. É, eu gostei dos traços do desenho e também gosto muito de como eu desenvolvi o tema, acho que isso está muito bom.

    – Perfeito. É por aí, quando você for falar, fale sobre isso.

    – Entendo. É… acho que se eu fizer isso com mais coisas posso ter mudanças.

    – Sim, pelo que você me relata, você já sabe o que fazer, lhe falta confiança, uma vez que você faça esse exercício começas a ganhar essa confiança.

    – Entendi.

    Menosprezar algo que criamos é diferente de apreciar. Menosprezar é uma atitude que, geralmente, envolve o todo e diz: “está uma droga”. É uma generalização que destrói todo o sentido do que foi criado.

    Apreciar significa olhar para o que se fez, separar o que se gostou e o que não se gostou e poder expôr aquilo que gostamos, raciocinar com outros sobre o que não gostamos e arrecadar mais idéias para uma próxima tentativa.

    Geralmente o menosprezo tem a ver com uma baixa auto-estima que pode, por exemplo, se expressar em uma crítica muito rigorosa, “preguiça” de realizar os objetivos, afastamento dos desejos. É algo como: “quem sou eu para querer/conseguir isso? Quem sou eu para afirmar que isso que eu fiz é bom?”

    É importante melhorar a atuo-estima e a auto-imagem gerando uma nova identificação, uma mais rica, que envolve tanto as críticas quanto o lado positivo da pessoa – e aqui cabe uma ressalva: o lado bom é o que, de fato, está bom não significa mentir ou minimizar problemas, mas sim dizer que o que está bom, está, de fato, bom e merece ser valorizado por isso.

    Abraço

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