– Aí fico pensando: o que ela está fazendo agora? E, logo logo, me dá uma vontade de ligar e saber entende?
– Entendo sim.
– E eu fico nessa várias vezes por dia.
– Compreendo, para que é importante esse controle para você?
– Ah, sei lá. Saber o que ela está fazendo, tipo eu fico meio ansioso se eu não sei entende?
– Claro, mas tem alguma coisa além de aquietar a ansiedade você nesse controle você não acha?
– Hum, é, sei lá. Tipo… É importante.
– O que acontece se você não tem esse controle? O que, especificamente, te deixa ansioso?
– Eu fico meio que sem saber o que fazer, preciso daquele controle para daí fazer as minhas coisas.
– Isso aí, o controle te dá um senso de orientação. Sem esse senso, você fica perdido é isso?
– É.
– Perfeito, agora, o que você me diz de ao invés de conseguir esse senso através desse controle, se você conseguir ele através de ti próprio?
– Hum… nunca tinha pensando dessa forma.
– Te parece interessante?
– Sim… acho que se eu ficar bem comigo, fica melhor com o outro né?
– Perfeitamente e deixa a pressão nela de lado não é?
– Sim sim
Controle. Saber onde está, com quem está, quando sai, para onde vai então… perguntas que muitas pessoas se fazem necessitando de uma resposta. No entanto, controle nunca é por acaso, sempre possui uma finalidade. Esse “fim” geralmente está envolvido com alguma coisa que a pessoa não sabe como lidar adequadamente. No caso acima, aprender a viver a própria vida era o tema, a pessoa sentia-se mais feliz apenas quando um outro lhe dava um suporte emocional para que ele tomasse suas decisões, sem o outro ficava perdido.
Controlar os passos do outro é complicado pois demonstra falta de confiança e isso é um requisito básico em qualquer relação. O controle cria uma falsa sensação de tranquilidade, falsa porque não está baseada na pessoa, mas sim associada aos comportamentos de uma outra pessoa e na premissa que apenas se o outro manter-se dentro de um determinado padrão poderei ficar tranquilo. Nada mais frustrante e angustiante.
Compreender quais lacunas tentamos preencher através do controle e aprender novos recursos, comportamentos para usar no lugar do controle para resolver – de verdade – o problema é a solução para esta situação. As soluções podem envolver: melhora na auto-estima e/ou atuo-confiança, aprender a viver sozinho, lidar com frustrações, aprender a se entregar, aprender a confiar, aprender a dar limites e melhorar a comunicação. Existem outras possibilidades ainda, no entanto a ideia é sempre a mesma: sair do controle para garantir a sua liberdade.
Abraço
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