• 15 de outubro de 2012

    O que você quer mesmo?

    – E o meu problema é com essas pessoas que não me escutam sabe?

    – Sim, com certeza é muito chato isso não é?

    – É.

    – Mas você me contou que tem algumas pessoas com as quais você se sente ouvida não é?

    – Sim sim, com certeza!

    – Hum e o que faz com que você se sinta ouvida por elas?

    – Então… é algo assim: quando eu falo com elas não tem aquela coisa de ficar me dizendo o que fazer ou de discordar de mim sabe? Elas até falam, mas parece que me escutam primeiro para depois falar, eu me sinto acolhida sabe?

    – Sim. Este acolhimento é o que é importante para você?

    – Hum… nunca tinha pensando nisso… acho que sim…

    – Pense: estas pessoas apenas te ouvem, não dizem nada, nem que sim, nem que não, mas você tem essa sensação de acolhimento. Você se sente bem de ter falado com elas?

    – Sim.

    – Ótimo, então o que você quer é que falem com você ou sentir-se acolhida?

    – É… acho que o segundo…

    – Como se alguém te colocasse no colo? Desse um “porto seguro” para quando você se sente insegura?

    – Sim, isso mesmo! Tanto que muitas vezes depois de falar eu consigo chegar nas respostas sozinha.

    – Perfeito. Posso dar uma sugestão então?

    – Claro!

    – Que te parece de chegar para essas pessoas que “não te escutam” e, ao invés de pedir para te escutarem, pedir um colo porque você “esta meio mal hoje”?

    – Hum…. eu acho que é isso mesmo que eu tenho que fazer. Com certeza elas não vão me negar isso, acho que vão até gostar!

    – Perfeito!

     

    Quando queremos algo é importante saber para que isso é importante. Muitas vezes queremos algo – como, por exemplo, “que me ouçam” – mas este algo é importante não por si só, mas sim, pelo que ele trará para nós – “acolhimento” – quando percebemos a importância do que queremos, podemos reavaliar se as formas pelas quais queremos alcançar isso são adequadas ou não.

    Um exemplo clássico é o desejo de “ter mais dinheiro”, geralmente perguntamos às pessoas duas coisas: quanto dinheiro à mais e para que vai servir esse dinheiro. Muitas vezes a pessoa entende que a finalidade do dinheiro é mais importante do que o dinheiro em si e que ele serve, apenas como instrumento para alcançar um fim. Entre o dinheiro e o fim a pessoa quase sempre fica com o fim. Por exemplo temos o conceito de “saúde”: “se eu tiver mais dinheiro pago um plano de saúde para minha família”. Isso pode ser alcançado com um emprego no qual não se ganhe mais, mas que tem um plano de saúde familiar.

    Esta flexibilidade é importante quando estamos em uma relação porque nos faz buscar o que de fato nos interessa ao invés de ficarmos parados em discussões que não tem relevância e apenas desgastam a relação. Todos nós temos formas diferentes de avaliarmos se estamos ou não recebendo afeto, amor, atenção, importância. É importante sabermos qual é a nossa forma, qual a forma do nosso parceiro e – principalmente – para que eu quero isso, de verdade.

    Abraço

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