– Daí Akim, quando eu vi, já passou o dia e eu não fiz nada.
– Entendi, e quando você percebe que não fez nada, se sente mal contigo?
– Sim, fico me culpando.
– Ok. E as coisas que você precisa fazer são coisas que você sabe como fazer?
– Até sei.
– E está disponível para ficar sempre responsável por elas?
– Hum… não sei ao certo…
– Você se sente competente para realizar tudo o que tem que fazer sempre? Motivado?
– Na verdade não. Às vezes eu me empolgo, mas nem sempre sabe?
– Sei sim. É uma questão de começarmos a entender mais sobre essas coisas que você não sabe fazer ao certo e sobre como você decidiu por se comprometer com elas.
– Como assim?
– Ora, temos que ver se você realmente sabe fazer o que se propôs e porque se propôs. Decidir é algo simples para você?
– Hum… nem sempre.
Muitas pessoas tem sofrido com a procrastinação. Algumas ficam fazendo várias coisas ao invés de ir direto ao ponto, outras “esquecem” e passam o dia sonhando acordadas com outras coisas ao invés de fazer o que se propuseram a fazer: a procrastinação pode vir de várias formas algumas pessoas dormem ou passam o dia vendo TV.
Uma questão é se a pessoa sabe fazer o que se propôs: muitas pessoas procrastinam por não saberem fazer suas tarefas ou alcançar suas metas e, com medo do fracasso, não avançam e ficam esquivando-se da tarefa. Esquivar é quando queremos evitar algo que nos faz ou pode nos fazer mal. Por exemplo: sem saber o que decidir muitas pessoas “adiam” uma decisão. Nesse caso, ao aprender como se faz a pessoa passa a agir.
Esta questão nos traz para uma segunda que pode ser decorrente dela: auto-confiança. A pessoa sente-se auto-confiante quando sabe que sabe fazer as coisas. Então se ela não sabe pode querer esquivar-se como no exemplo acima. No entanto, em alguns casos precisamos ajuda a pessoa a saber que sabe fazer as coisas. Explico: muitas pessoas sabem como se faz, no entanto, não dão crédito à isso que sabem. É aquele pessoa que todos percebem que tem uma aptidão para alguma coisa – escrever, vender, pintar – mas que ela não se vê assim, ela não consegue acreditar nas suas competências, um problema geralmente de auto-confiança agregado com auto-estima.
Uma última questão que pode ter a ver com as duas anteriores é se a pessoa sabe tomar decisões. Muitas pessoas optam por rotinas que não querem e não conseguiram dizer “não” no momento certo. Então postergam por não desejar, de fato, o que estão fazendo. Aceitam por razões equivocadas como um senso inadequado de lealdade, pena, medo de dizer não. E acabam sem viver nem a vida que querem e nem a vida que os outros querem para elas, o que é gera um grande problema para a auto-estima e para a auto-confiança.
Pessoas que fazem o que se propões geralmente tem uma visão clara dos benefícios que a atividade vai lhes trazer, buscam por novas formas de executar a tarefa, mais informações; são auto-motivadas: criam suas metas e objetivos sozinhas, sabem se parabenizar e avaliar o seu progresso. A decisão fica sempre por conta delas, dificilmente fazem algo que não querem mesmo e quando o fazem buscam, na atividade, os benefícios que ela trará e alguma forma de diversão ou prazer em realizá-la.
Abraço
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