• 3 de dezembro de 2012

    Explosões

    – Quando vi já foi!

    – Sei bem como é! Mas me conte: já teve alguma vez que você não estourou?

    – Ah sim, tem né?

    – E qual jeito você prefere? Estourar ou não?

    – Eu não sei ao certo… quando eu não estourei foi bom, mas quando eu estouro não posso falar que não fico bem também.

    – Hum… e você  fica bem o tempo todo, durante a explosão e depois?

    – É… muitas vezes eu me sinto mal depois, acho que exagerei sabe?

    – Sei e daí você pede desculpas e procura ter um comportamento mais adequado da próxima vez?

    – Não… não posso dar o braço à torcer.

    – E é aí que você tem que manter a sua resposta de explosão o tempo todo.

    – É… mais ou menos isso.

    – Explodir tem um lado bom que geralmente afasta as pessoas e as “ameaças” que elas trazem… o lado não tão bom é que ao explodir você só aprende a se afastar da situação e não a resolvê-la.

    – Entendi…

    – Que tal buscarmos novas formas de você reagir ao invés da explosão?

    – Posso tentar

    – Perfeito! Tenho certeza que você vai conseguir!

     

    É muito difícil ficarmos com raiva de uma situação que sabemos como lidar. Podemos não gostar da situação ou ficarmos chateados de ter que passar por ela, no entanto, não ficamos com raiva. As atitudes de raiva como lutar, xingar, bater e explodir são atitudes de quem já esgotou os seus recursos e, por isso, precisa atacar para manter a sua integridade.

    O problema da agressão é que ela funciona, disse um sociólogo que não me recordo o nome. A maior parte das pessoas busca sair de perto, evitar um confronto, por isso quando se relacionam com uma pessoa explosiva é comum que esta se imponha sobre aquela. O problema é que isso deteriora a relação à médio e longo prazo. Além deste problema existe outro: o agressor não se torna mais competente: uma vez que ele apenas afasta o problema se impondo, ele não está aprendendo a resolver de fato a situação, apenas a deixá-la reprimida e existe uma grande diferença entre resolução de conflitos e repressão de conflitos.

    Daí que praticamente toda a vez que uma pessoa explode – podem existir outros motivos, mas esta generalização é muito útil – ela estará na verdade buscando destruir ou afastar uma situação da qual/ na qual ela não sabe o que fazer, não sabe como reagir, tem medo. Medo, esta é a palavra-chave por detrás de toda a manifestação de raiva ou de explosão. É pelo medo que a pessoa explode – luta – para aniquilar o que lhe causa transtorno.

    Se você explode com constância está na hora de deixar o orgulho de lado e buscar aprender. Perguntar-se: o que realmente tem me incomodado nesta situação? O que posso fazer nela? Como isso pode melhorar? Que comportamentos posso ter? Como posso me perceber nessa situação? Isto pode ajudar você a se libertar das “rédeas da explosividade” – muitos dos clientes com quem trabalhei viam-se presos à este comportamento – lembre-se: se você usa a explosão sabendo o que está fazendo ela está servindo você como uma resposta, no entanto, se você sempre reage assim e não consegue discernir quando o faz é porque você está sendo usado pela sua explosão.

    Abraço

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