• 30 de janeiro de 2013

    Mudando o ponto de vista

    – Eu não consigo me ver fazendo isso Akim.

    – Entendo, qual o problema, te parece algo inadequado ou difícil de ser realizado?

    – Não, não é isso. Percebo que é bem isso que eu devo fazer e até já fiz isso algumas vezes. O problema é que eu não me vejo fazendo isso.

    – Hum e como você se vê?

    – Ah, como a  boba da história, sempre me ferrando.

    – Bem, então o seu comportamento está adequado para esta história.

    – Como assim??!

    – Oras, se você se vê como a boba da história, me parece que está agindo – ou no caso, não agindo – de acordo não é?

    – (Pensativa) É verdade…

    – Como você teria que se ver para agir de forma diferente?

    – (Pensativa) Acho que como alguém merecedor de um bom relacionamento.

    – Ótimo, é uma boa ideia, que tal começarmos a fazer isso?

    – Vamos

    – Quando foi a última vez que sentiu-se merecedora de algo?

    – Hum…

    Muitas vezes as pessoas não tomam atitudes por um fator “simples” não se percebem como pessoas que teriam aquela atitude. Sua identidade não combina com o que sabem que devem fazer. Enquanto esta percepção de si se mantém elas sofrem por saberem o que fazer, como fazer, mas não sentirem que podem ou devem fazer, a “auto-imagem” delas não combina com o comportamento que desejam ter.

    A forma pela qual nos percebemos é uma imagem que criamos em nossa mente com a qual nos identificamos. Criamos um elo, um vínculo entre a imagem e a nossa definição de “eu”. Identificar-se é algo como “me sinto igual à…” à um vagabundo, um grande homem, um falsário, um gênio e por aí vai. Cada um de nós possui uma identificação mesmo que não se dê conta dela e, muitas vezes, isso é um empecilho para a mudança.

    Para um processo de mudança dar certo muitas vezes é importante trabalhar com a aquisição de uma nova forma de identificar-se, de perceber-se. Para isso é importante sempre começar com algo que a pessoa deseja alcançar, com o sentido da mudança, uma vez adquirido o sentido começamos a buscar a resposta para a pergunta: “quem sou eu nisto?” Esta resposta é uma criação da pessoa, ela vai criar a resposta mais interessante para ela e aprender a se identificar com esta resposta.

    É muito comum na área de psicologia – e creio que em todas as outras também – ouvirmos a seguinte frase: “agora sinto que sou um psicólogo”. O que esta frase quer dizer? Simples: que a pessoa agora conseguiu identificar-se com a profissão, ela, agora, ao fechar os olhos e pensar em um psicólogo consegue ver-se nesta imagem.

    E você? Com o que você se identifica hoje? É isso o que você quer ser?

    Quem é você? Só isso? O que mais é você? O que mais, o que mais…

    Abraço

    Viste nosso site: www.akimpsicologo.com.br

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