• 1 de fevereiro de 2013

    Sobreviver ao fim

    – Então, ela terminou comigo já faz um tempo, mas eu ainda estou muito mal…

    – Eu sei, tenho visto isso. É normal ficarmos tristes com o término de uma relação não acho que isso está inadequado.

    – Pois é… eu também, mas não sei… tem algo que não está certo…

    – Ah, muito bem, de fato tem algo que não está certo no seu luto… o que você pensa que é?

    – Eu não sei… parece que eu perdi algo sabe?

    – Além da relação?

    – Sim…

    – O que seria?

    – Eu não sei cara…

    – Pensa: o que parou de acontecer que antes acontecia?

    – Você falou isso e me veio uma coisa na cabeça… quando eu estava com ela era como se ela fosse um porto seguro para mim sabe? Eu, de certa forma, me apoiava nela, ou ela me dava apoio… os dois na verdade… e eu acho que eu perdi isso quando terminamos…

    – Eu também acho…

    – Complicado…

    – Sim, mas com uma ótima oportunidade de crescimento… diga-me: se você perdeu o apoio dela, quem irá te apoiar agora?

    – Eu acho que é eu não é?

    – É uma boa pedida.

    – É… eu me lembro que nós conversamos uma vez sobre isso e eu percebi que tinha que mudar isso, agora vou ter que mudar na marra (risos).

    – Pois é… vamos começar?

    – Vamos…

     

    Todo término de relacionamento, traz aos envolvidos a  necessidade de aprender a se reorganizar no pós-relacionamento. Muitas pessoas tem grandes dificuldades em criar uma nova rotina de vida. Algumas porque não aceitam o término, outras porque estão com muita raiva ou tristeza para conseguir criar novas rotinas e outras por causa de culpas e arrependimentos.

    O caso que eu relatei acima é muito comum: duas pessoas – e aqui pode ser um casal, pai e filho, amigos, enfim qualquer relação – em que uma apóia a outra. Uma delas aprende a depender desta relação e quando a relação se vai ela não sabe o que fazer, uma parte dela permanece eternamente em luto, ligada à falta que os comportamentos do outro fazem hoje na vida dela. É uma tristeza que parece não ter sentido, uma mágoa que parece que não se cura, algo, por vezes, difícil de identificar, mas que está lá enquanto sensação e quanto mais se tenta fugir dela, mas ela se faz presente.

    A grande sacada aqui é perceber o que foi perdido. Uma vez que a pessoa detecta o que foi perdido poderá, então, começar a desenvolver em si o que tinha com o outro. Esta feita a dependência se rompe e a pessoa se torna livre daquela relação. O mais interessante é que a própria relação da pessoa com ela própria muda quando ela consegue fazer os aprendizados necessários. Ela poderá, então, se colocar em novos relacionamentos de uma forma nova e ter mais qualidade nas suas relações.

    Abraço

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