– Eu não sei mais o que fazer, isso me angustia muito!
– Sim eu sei como é.
– Eu fico confuso sabe? Devo falar ou não devo?
– Claro, porque você está confuso?
– Porque eu não sei ao certo como agir.
– Exato! Agora, o que isso tem a ver com o seu processo de terapia?
– Hum… não sei ao certo…
– Pense… você veio aqui com o objetivo de mudar a sua forma de se relacionar não foi
– Sim
– Para mudar a sua forma, você começou a mudar o como pensa e age não é?
– Tenho tentado…
– Mas ainda não está bem firme em você o novo jeito
– É fato…
– Então: o que isso tem a ver com confusão?
– Hum… eu não saber o que fazer de fato. Diferente de quando eu sei e vou atrás é isso?
– Perfeito. Esses dias você me disse que estava certo de que tinha que falar para seu amigo que ele estava se folgando, foi lá e fez, mas nesta situação ainda não está claro, portanto, você está confuso!
– Entendi.
A confusão costuma ser temida, mas o que é confusão?
Ficamos confusos quando duas ou mais orientações estão em conflito, “brigando pelo poder” em nós.
Estar confuso é uma forma de dizermos que não sabemos ao certo que orientação seguir, por isso a confusão não é um problema para ser resolvido, mas sim um estado afetivo e cognitivo.
Estar confuso requer que a pessoa entre em contato com suas necessidades e prioridades não para “pesar”, mas sim para checar qual comportamento tem mais a ver com o que ela quer.
Muitas pessoas tentam pesar os prós e contras e muitas vezes não tem resultado nenhum com isso, apenas ficam mais confusas. Pesar os prós e contras é algo que usamos quando já sabemos o que queremos e temos várias opções na nossa frente, todas elas vão levar ao mesmo lugar, por isso pesamos os prós e contras de cada uma. Confusão não tem a ver com isso, portanto, não se resolve da mesma forma.
Para resolver a confusão é necessário buscar o que se quer alinhando as necessidades, desejos e prioridades para criar uma imagem clara e nítida do que se deseja. No caso de dar limites, por exemplo, criamos uma imagem clara sobre como queremos nossas relações, o que achamos necessário ter – respeito, amor, confiança – o que são nossas prioridades – afeto, companheirismo – e o nosso desejo – no caso a relação – e então checamos se o comportamento de “dar limite” combina com esse cenário. Uma vez que combine aí sim passamos a ver os “prós e contras”: como dizer, que tom de voz usar, quando falar, onde, que palavras usar – é melhor falar de uma forma mais enfática do que “mole”, usar um tom de voz respeitoso e firme do que um tom de voz baixo e rouco.
Lembre-se: defina o que você deseja, quais suas prioridades, necessidades e então faça uma imagem clara do que quer, isso ajuda a combater a confusão.
Abraço
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