• 12 de abril de 2013

    Ecologia emocional

    – Quero aprender a me colocar mais Akim, sabe… tomar decisões.

    – E qual o problema com isso?

    – Eu não sei… eu fiz o exercício que você me disse semana passada e enquanto estava fazendo me senti meio estranho

    – Como foi?

    – Então, estava colocando numa lista o que eu queria para a minha vida pessoal, relacionamentos, profissional… fiz um monte de listas, me empolguei

    – Ótimo e o que aconteceu?

    – Enquanto eu estava fazendo comecei a olhar aquilo tudo como muito distante de mim.

    – Distante como se você tivesse que realizar aquilo ou como se não fosse para você?

    – Como se não fosse para mim.

    – Entendi, o que te faz pensar que não é para você?

    – Não sei ao certo… mas é que se eu começar a fazer tudo aquilo eu vou ter problemas

    – Que tipo?

    – Tem coisas que vão contra o que eu fui ensinado a acreditar, por exemplo, outras coisas eu sei que minha mãe e meu pai não vão aprovar…

    – Você vai ter que defender o seu desejo e verificar se eles todos estão em sintonia com os seus valores, é isso?

    – É…

    – Muito bem, vamos começar a trabalhar com esses entraves então!

    Muitas pessoas desejam uma mudança. Pensam sobre a parte de sua vida que não está boa, entendem o comportamento que causa isso e desejam mudar o comportamento. Até aí, nenhum problema, o fato é que, muitas vezes o que causa o problema não é um evento isolado que apareceu “apenas para atrapalhar a sua vida”, está relacionado com outras partes da rotina da pessoa, constitui a forma pela qual ela se vê e pensa a si e o mundo e, ao mudar esta parte, estará afetando todo um conjunto complexo de variáveis.

    Emagrecer, por exemplo, o simples ato de comer um pouco menos e realizar mais exercícios físicos em uma família que tem como valor familiar o almoço à mesa no qual todos se fartam – e esse “fartar-se” é um sinal de “adoro você e sua comida” – pode se tornar complicado. Se realizar exercícios físicos significa que o filho(a) vai sair de casa e temos um casal de pais super protetores isso também pode significar um problema. Rapidamente “comer menos” e “praticar exercícios” se tornam um problema muito maior do que a simples logística que os envolve e isso enfraquece o poder da pessoa em realizá-lo, traz problemas não pensados anteriormente.

    Em um processo de terapia faz parte refletirmos sobre o impacto que as mudanças vão trazer para a pessoa e para o círculo de pessoas importantes próximo à ela. Muitos processos param não porque a pessoa não sabe como operar a mudança em si, mas sim porque ela não sabe lidar com algumas das consequências dessa mudança. Sempre perguntamos: de que forma esta mudança poderia trazer algum efeito negativo? Que outras áreas da sua vida esta mudança irá afetar? Costumo dizer: “toda mudança traz mudanças” e é  bom pensarmos para nos preparamos para elas.

    Abraço

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