– Quero aprender a me colocar mais Akim, sabe… tomar decisões.
– E qual o problema com isso?
– Eu não sei… eu fiz o exercício que você me disse semana passada e enquanto estava fazendo me senti meio estranho
– Como foi?
– Então, estava colocando numa lista o que eu queria para a minha vida pessoal, relacionamentos, profissional… fiz um monte de listas, me empolguei
– Ótimo e o que aconteceu?
– Enquanto eu estava fazendo comecei a olhar aquilo tudo como muito distante de mim.
– Distante como se você tivesse que realizar aquilo ou como se não fosse para você?
– Como se não fosse para mim.
– Entendi, o que te faz pensar que não é para você?
– Não sei ao certo… mas é que se eu começar a fazer tudo aquilo eu vou ter problemas
– Que tipo?
– Tem coisas que vão contra o que eu fui ensinado a acreditar, por exemplo, outras coisas eu sei que minha mãe e meu pai não vão aprovar…
– Você vai ter que defender o seu desejo e verificar se eles todos estão em sintonia com os seus valores, é isso?
– É…
– Muito bem, vamos começar a trabalhar com esses entraves então!
Muitas pessoas desejam uma mudança. Pensam sobre a parte de sua vida que não está boa, entendem o comportamento que causa isso e desejam mudar o comportamento. Até aí, nenhum problema, o fato é que, muitas vezes o que causa o problema não é um evento isolado que apareceu “apenas para atrapalhar a sua vida”, está relacionado com outras partes da rotina da pessoa, constitui a forma pela qual ela se vê e pensa a si e o mundo e, ao mudar esta parte, estará afetando todo um conjunto complexo de variáveis.
Emagrecer, por exemplo, o simples ato de comer um pouco menos e realizar mais exercícios físicos em uma família que tem como valor familiar o almoço à mesa no qual todos se fartam – e esse “fartar-se” é um sinal de “adoro você e sua comida” – pode se tornar complicado. Se realizar exercícios físicos significa que o filho(a) vai sair de casa e temos um casal de pais super protetores isso também pode significar um problema. Rapidamente “comer menos” e “praticar exercícios” se tornam um problema muito maior do que a simples logística que os envolve e isso enfraquece o poder da pessoa em realizá-lo, traz problemas não pensados anteriormente.
Em um processo de terapia faz parte refletirmos sobre o impacto que as mudanças vão trazer para a pessoa e para o círculo de pessoas importantes próximo à ela. Muitos processos param não porque a pessoa não sabe como operar a mudança em si, mas sim porque ela não sabe lidar com algumas das consequências dessa mudança. Sempre perguntamos: de que forma esta mudança poderia trazer algum efeito negativo? Que outras áreas da sua vida esta mudança irá afetar? Costumo dizer: “toda mudança traz mudanças” e é bom pensarmos para nos preparamos para elas.
Abraço
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