– Estou muito ansioso com essa história toda, preciso falar para desabafar.
– Você topa fazer algo diferente?
– Topo…
– Então coloque seus pés no chão, com a planta dos pés bem apoiados no chão.
– Assim?
– Isso. Agora coloque suas mãos nos seus joelhos e traga elas até as suas coxas abrindo o peito.
– Isso?
– Ótimo, perfeito, deixe o corpo assentar bem no sofá, solte todo o peso do corpo e libere a tensão dos ombros. Ótimo! Agora quero que você respire bem fundo enchendo a barriga e depois o peito e soltando todo o ar de dentro dos pulmões.
– (Faz em torno de umas 10 respirações desta forma)
– Agora abra os olhos lentamente, volte para cá e me diga como se sente.
– Estou mais calmo… consegui me distanciar um pouco do problema…
– Ótimo, agora vamos conversar.
Muitas pessoas querem resolver os seus problemas desabafando, nada de errado com isso, pois o desabafo muitas vezes ajuda. O problema é quando desabafar se torna um hábito e a pessoa precisa “jogar para fora” para conseguir se acalmar.
Por que problema? Pois “ensinamos” o nosso cérebro que ansiedade – por exemplo – precisa ser “curada” desabafando e somente desabafando e, ao fazer isso, não permitimos à nós mesmos aprender outras formas de lidar com a nossa ansiedade – ou outros afetos.
Encontrar um estado afetivo adequado para lidar com um problema é fundamental. Muitos casais querem resolver seus problemas quando estão brabos um com o outro, quando estão com raiva, obviamente não dá muito certo. Buscar um estado afetivo mais adequado significa que a pessoa quer de fato resolver o problema da melhor forma possível, talvez ela não consiga resolver no momento exato, porém irá “tomar distância” do problema para encontrar a melhor forma de pensar sobre ele, isso, por si só, muitas vezes, já resolve o problema.
Para encontrar este estado afetivo gosto muito de trabalhar com a respiração, pois todos os estados afetivos possuem uma relação estreita com o respirar. A respiração obriga a usarmos nosso corpo de uma forma diferente o que reorganiza o nosso estado afetivo e faz com que possamos ter uma nova percepção sobre o problema, nos ajudando a resolvê-lo.
Fica a dica: da próxima vez que estiver ansioso ou com raiva de algum problema – ou pessoa – não parta para a resolução imediata, “tome distância” e busque um estado afetivo mais adequado para pensar em uma solução.
Abraço
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