• 14 de junho de 2013

    Pare a briga

    (no meio de um exercício no qual apenas pedi para a pessoa respirar profundamente e prestar atenção à sua respiração)

    – Eu não sei exatamente o que acontece comigo… parece que eu vou viver a vida toda com esta inquietação sabe?

    – Sim, continue respirando e preste atenção nesta inquietação.

    – É um incomodo que não incomoda sabe?

    – Como assim?

    – É… eu não gosto de ficar preocupado, gosto de agir apenas, mas como sempre tive uma vida confortável nunca vi muitos motivos para agir, sempre usei as coisas de acordo com o que eu tinha.

    – E?

    – E… de certa forma… as pessoas se incomodavam com isso porque eu estava “tranquilo”, “na minha”… sem me preocupar e acabei entendendo que não ficar preocupado era errado.

    – Hum e o que isso tem a ver com você hoje?

    – Tem a ver que toda a vez que sinto que posso relaxar e ficar tranquilo me sinto culpado como se eu não soubesse viver, não soubesse o que esperar da vida e estivesse fazendo besteira.

    – Hum… entendi… e se você relaxar o que acontece?

    – Ai Deus… eu acabo ficando mais atento… mais crítico, não crítico chato sabe? Mas crítico e reajo mais na hora.

    – Hum…

    – Tenho que parar de brigar com o que tenho dentro de mim Akim…

    – Também acho…

    Muitas vezes as pessoas me dizem que tem problemas e defeitos. Ficam ansiosas com isso e querem mudar.

    Muitas vezes, também, em meio à terapia ela simplesmente entendem que aquilo que pensam ser um defeito é simplesmente algo que chamaram de defeito e não um defeito em si.

    Existe uma palavra para isso: aceitação. Aceitar não significa gostar, mas significa parar de brigar com o que percebemos, sentimos, desejamos e dar valor de existência àquilo. Uma vez que fazemos isso podemos, de fato, começar a nos relacionar com “a coisa”. E ao fazer isso é que podemos entender, compreender e mudar – caso necessário – ou começar a dar um novo uso para aquilo tudo.

    A respiração é um exercício ótimo para começar isso. Respirar e ficar atento à sensação, ideia ou pensamento. Porque? Todos temos tensões musculares que são profundamente ligadas às nossas tensões emocionais e psicológicas, quando respiramos sem buscar intervir começamos a relaxar as tensões ou a colocar tônus em músculos que estão frouxos demais, isso regula a pessoa e re-equilibra as tensões. Daí quando as tensões começam a se equilibrar mudanças psicológicas e emocionais começam a acontecer.

    Outra forma é criar um diálogo com aquilo que não conseguimos aceitar, imaginar a coisa como um interlocutor e começar a conversar, fazer perguntas e imaginar a resposta. É um exercício de criação e fantasia bem interessante e que geralmente dá bons resultados. Conversar com aquilo que queremos esconder é um bom começo para pararmos de brigar.

    Abraço

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