– Mas é difícil para mim isso!
– Eu sei que é… vamos dar uma olhada em como você começou?
– Vamos
– Me conte: quando você chegou aqui, qual a primeira coisa que aprendeu?
– Hum… foi o negócio de aprender a olhar para as pessoas que olham para mim!
– Perfeito, esse foi um impacto bem profundo não foi?
– Foi sim… a segunda coisa foi que eu aprendi que eu poderia ser desejada, que eu tinha… não… tenho valor!
– Ah, gostei! o que mais?
– Bem, eu sei que sou desejável, que faço bem o meu trabalho porque tenho tido clientes, sou estudiosa, sou companheira e por isso tenho valor. Depois acho que eu aprendi a dizer quando algo não me agrada e isso fez muita diferença para mim.
– Com certeza… o que mais…
– Hum, também aprendi a conter um pouco a minha ansiedade e a me acalmar em situações de estresse.
– Perfeito! Viu quanta coisa boa você aprendeu?
– Sim.
– Pois bem, como te parece aprender mais esta etapa do seu trabalho?
– Hum…. olhando agora, eu sei que é difícil me abrir, mas eu vou conseguir!!!
Todos nós temos dificuldades. Em terapia existem alguns aprendizados são mais simples e outros mais difíceis para cada um de nós.
A questão, no entanto, é: como lidar com isso?
O que tenho usado em terapia é entender que nenhuma mudança é isolada, todas elas tem profunda relação com a identidade da pessoa, suas crenças, hábitos e sua experiência de vida. Assim sendo, busco, inicialmente ajudar a pessoa a valorizar os aprendizados que ela já teve, isso cria confiança. É só quando estamos na sensação de confiança que devemos começar a traçar as nossas metas e desafios. Decidir se vamos ou não fazer uma mudança com medo é muito difícil.
Depois disso passamos a entender como a pessoa criou as suas experiências e superou os seus desafios. Isto ajuda a pessoa a pensar no método, em como resolver e, muitas vezes, a aprendizagem passada contribui para a formação de método da nova aprendizagem. E depois disso é que pensamos, efetivamente, no que fazer para executar as novas mudanças. Vemos também as diferenças entre as mudanças anteriores e as novas e trabalhamos com a expectativa que a pessoa tem sobre a mudança em termos de tempo e dificuldade, por exemplo, para deixar a expectativa adequada à pessoa e situação.
Já experimentou pensar assim nas suas dificuldades? Então tente!