– E enquanto estava pensando eu me fiz uma pergunta diferente.
– E qual foi?
– Pensei que talvez o meu problema não seja o meu marido
– Ah é? E onde estaria o problema então?
– Em mim. Na verdade é assim: ele não me obriga a abrir mão do que eu gosto de fazer, eu faço isso sem ele pedir
– Ah… olhe que percepção ótima essa sua! E o que mais você entendeu sobre isso?
– Eu entendi que não adianta eu pensar em como seria a minha vida sem ele ou com outra pessoa… porque seria a mesma coisa, eu é quem tenho que mudar!
– Com toda certeza… Pô… que sacada você teve esta semana hein?
– Pois é!
– O que você vai fazer com ela?
– Sabe… um namorado meu uma vez me disse assim: “teu problema é que você fica querendo que eu não viva só porque você não vive”. E eu acho que é isso mesmo… então vou começar a viver!
– Uma excelente pedida!
Não acredito que o inferno são os outros, sou mais propenso a crer que fazemos nosso próprio céu e inferno.
O tema que quero apresentar no post de hoje tem a ver com as escolhas que as pessoas fazem em suas relações e os papéis que acabam escolhendo ter dento delas.
Todos temos o que podemos chamar de “identidade de relacionamento” ou seja, “quem sou” dentro de uma relação. Entender qual a nossa identidade nos ajuda a compreender mais sobre as nossas escolhas, nossos comportamentos e a vida que vamos criando para nós junto com aqueles à quem amamos.
No caso acima, por exemplo, temos uma pessoa que entendia-se como a “mãe” da relação e, nesse papel, ela entendia que “devia” estar sempre com o foco nos filhos e no marido. Cuidar de todos eles à todo o momento, custe o que custar – sua própria mãe havia sido assim e ela encarnara este papel em seus relacionamentos. Aos poucos sua vida foi tornando-se tediosa e ela precisava ficar o tempo todo reprimindo seus próprios desejos enquanto uma voz, lá dentro, lhe dizia: “você está perdendo sua vida”. Foi necessário um certo tempo, mas logo esta voz começou a culpar a família pela situação e dentro de pouco tempo ela estaria em pé de guerra com todos.
Quando percebeu que era ela quem fazia a escolha do papel que estava assumindo em seus relacionamentos percebeu que ela sempre havia assumido este tipo de conduta e decidiu mudar. Começou tomando consciência do que fazia e do como fazia, aos poucos conseguia não ter alguns comportamentos e ter novos comportamentos mais adequados, quando conseguiu “respirar mais aliviada” ela conseguiu realizar um novo planejamento do que desejava para a sua vida conjugal, pessoal e enquanto mãe, me lembro que ela disse uma vez: “sempre achei que minha mãe perdia muito tempo com a gente e que deveria fazer algo para ela, quando percebi que fazia a mesma coisa, disse “chega” vou fazer diferente e aí comecei as aulas de tênis que tanto queria”.
Qual o papel que você assume nas suas relações: Mãe cuidadosa? Pai carinhoso? Rebelde? Conquistador de corações?
Como você interpreta o seu papel?
E a pergunta mais importante: este papel lhe dá o que você busca em termos de relacionamentos?
Abraço
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