– E daí, toda vez que eu falo ele troca de assunto sabe? Parece que nem está ouvindo o que eu disse.
– Hum… e o que você faz nessa situação?
Desqualificação é, literalmente, tirar a qualidade de algo, minar a qualidade de algo ou alguém.
Todos estamos sujeitos à atitude de desqualificação.
Como isso é possível alguém ser desqualificado? Ela torna-se possível de duas formas: quando a pessoa não sabe dar o valor para o que deseja, suas características ou quando o valor advém do outro e não dela, em ambas as situações ela torna-se vítima fácil da desqualificação. Quando a pessoa não sabe dar o devido valor à si, seus comportamentos, desejos e atitudes ela acaba dando um valor pequeno ou inadequado assim quando uma outra pessoa também dá um valor pequeno ou inadequado ocorre uma “sinergia” entre os dois valores – ou seja o valor dado pelo outro é o mesmo que a pessoa se dá – assim sendo a pessoa sente-se desqualificada e acaba aceitando o valor atribuído.
Já quando a pessoa precisa que o outro atribua valor para o que ela quer ou faz fica fácil de entender: se o outro atribuir um valor pequeno a pessoa irá aceitar o valor pequeno visto que é o outro quem atribui este valor. O problema surge quando uma pessoa dá um valor pequeno e outra dá um valor grande: em quem acreditar? A pessoa desqualificada fica numa “sinuca de bico” emocional porque fica “evidente que alguém está mentindo” o que traz muitos problemas para a relação.
O que fazer? Como se defender?
Lidar com a desqualificação exige dois níveis de competência: intrapessoal e interpessoal. A interpessoal envolve as atitudes que a pessoa vai ter para com aquele que a desqualificou, como vai reagir à pessoa. Aqui estão envolvidos os comportamentos de dar limites, ignorar, fazer brincadeira com a pessoa, demonstrar descontentamento, solicitar desculpas e até mesmo desvinculamento. É importante saber que tipo de resposta queremos dar para a pessoa que nos desqualifica o objetivo, em geral, é demonstrar que aquilo à que você dá valor vai continuar tendo aquele valor e que a tentativa de desvalorização do outro nada mais é do que a opinião do outro sobre aquilo. Não se trata de criar um jogo de poder – quem pode mais – pelo contrário: de criar um jogo no qual ambos são iguais: cada um com sua diferença. Esta estrutura gera respeito.
A parte interna lida com a forma pela qual a pessoa se valoriza – ou não – e do grau de dependência que ela tem das outras pessoas. Sem esta parte fica muito difícil lidar com a outra porque se a pessoa não estiver segura dos valores que sustenta ela poderá abraçar rapidamente os valores de terceiros. E aqui gera-se um problema complexo pois embora a pessoa saiba que esta sendo desqualificada ela aceita a desqualificação o que gera raiva, pois a pessoa sabe que está se permitindo ser violada. A questão fundamental é como a pessoa se valoriza? Ela precisa aprender a dar o valor e sustentar o valor agregado ao que ela quer, ao que ela faz e a quem ela é. E fazer isso sabendo dos seus defeitos, afinal valorizar-se e qualificar-se não significa tapar os olhos para as partes que não gostamos em nós e é possível ter um bom valor pessoal e uma auto-estima bem estruturada sabendo dos defeitos – na verdade a auto-estima bem estruturada só existe quando os levamos em consideração.
Pergunte-se: porque isto é importante para mim? Quanto é importante para mim? Como faço para sustentar este elemento em minha vida?
Ao entender o porque, quanto e como fazer para sustentar você estará dando já os primeiros passos para manter-se livre da desqualificação!
Abraço
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