– Mas não sei o que fazer…
– Então vamos pensar… você tem se sentido mal, por onde começar?
– Não sei mesmo Akim.
– Se você tivesse um filho com o mesmo problema, como iria ajudá-lo?
– Hum… eu acho que ia falar com ele, e dizer para ele se descontrair um pouco porque ele estava muito tenso. Ia alugar um filme para ele e ia assistir junto.
– Perfeito, o que mais?
– Bem, depois eu ia perguntar para ele se ele saberia o que fazer e ia buscar encontrar uma solução, algo para ele experimentar fazer sabe?
– Sim
– E daí ia falar para ele fazer
– Perfeito, como você se sente agora com o seu problema?
– É engraçado… parece que ele ficou mais leve… acho que eu vou alugar um filme e dar uma relaxada para depois pensar no que fazer Akim!
– Isso, também acho bacana fazer isso. Quando você relaxa você geralmente resolve melhor as coisas, mas não tem feito isso ultimamente porque fica querendo dar conta de tudo para todos não é?
– Sim
– Posso dar uma sugestão?
– Pode
– Além de alugar o filme, desligue o celular para ninguém te incomodar!
– Nossa… perfeito!
Uma das grandes tarefas da terapia é ajudar a pessoa a saber como cuidar de si, de suas dificuldades buscando ajudá-la a gerar mais saúde, mais felicidade.
É interessante pensar que em uma sociedade tão individualista como a nossa, que visa tanto “o ser” este seja um dos trabalhos mais importantes da psicoterapia, não acham?
Ledo engano. Não percebo que nossa sociedade individualista necessariamente se importa com o indivíduo “per se”, mas sim com o fato de ele estar sozinho realizando suas compras, suas escolhas. Creio que defendemos muito mais isso do que o que realmente importa escolher. Prezamos mais a liberdade de escolha e a quantidade de possibilidades de escolhas do que se estamos escolhendo, de fato, algo bom para nós.
Tive um cliente quer estava muito bem posicionado profissionalmente ganhando muito bem, saindo com pessoas inteligentes, bonitas, indo aos lugares “chiques” da cidade e com perspectivas de crescimento cada vez maiores. O problema? “Pois é Akim, este é o problema, faço tudo isso e não estou me sentindo muito bem”.
A terapia avançou durante um tempo enquanto ele se culpava por não estar satisfeito com o que estava fazendo e depois de uma intervenção aqui, uma nova experiência ali, um relaxamento de cá ele entendeu que todas aquelas coisas eram super bacanas e tiveram um sentido perfeito para ele enquanto ele estava saindo de uma vida de pobreza – sua família sempre fora pobre – e estava decolando para a riqueza, mas depois disso aquele “festerê” e badalação ficaram “chatos”.
Sua “cura” começou de verdade quando ele passou a aceitar que preferia muito mais um passeio no parque no final da tarde e depois ir comer um de seus petiscos favoritos num bar logo próximo vendo o pôr do sol enquanto lia um livro do que ir para a balada. Era um novo momento para ele e os cuidados, as atividades que iriam alimentar a sua alma naquele momento eram completamente diferentes.
E você: o que alimenta a sua alma hoje? Você está cuidando disso ou deixando passar?
Tenho algumas regras para ajudar a definir essas coisas. O que você está fazendo deve trazer algum dos cinco elementos: prazer, realização pessoal, engajamento – aquela sensação de fazer parte de algo maior -, relacionamentos positivos, ou satisfação pessoal. Geralmente quando realizamos algo que está vinculado com nossos valores e que utiliza nossas forças pessoais para ser realizado estamos fazendo algo que nos ajudará a cuidar mais de nós mesmos.
Eu, por exemplo, adoro escrever… blog na mão!
Abraço
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