• 21 de agosto de 2013

    Medo da perda

    – Tenho medo de perder ela.

    – Ah é? Hum… o que motiva esse medo?

    – Não sei te dizer… parece que o meu mundo acaba sem ela sabe?

    – Sei, tem a ver com algo como: nunca mais vou amar novamente ou ela é a única mulher da minha vida?

    – Algo assim… não acredito que posso encontrar alguém melhor do que ela.

    – Hum… pode até ser, mas, até onde você me conta, você não está feliz com ela… não é um tanto paradoxal isso?

    – (silêncio) Pois é…

    – O que será que este seu “medo de perdê-la” realmente está mostrando?

    – Não sei… o que?

    – Pense. Você não está lá muito feliz com ela, mas também tem medo de perdê-la, o que está errado neste cenário?

    – Falta de acreditar em algo melhor?

    – O que te parece?

    – Parece que sim… não é só nesta área que eu penso assim não é mesmo?

    – Não, não é.

    Medo sempre tem a ver com algo que não sabemos como lidar.

    Perda com algo importante que se vai, afinal ninguém sente a perda de algo que não era importante.

    Medo e perda se juntam quando não sabemos como lidar com a falta daquilo que é importante para nós. Em outras palavras: ao perdermos algo importante não sabemos o que fazer e isso pode significar várias situações, cada uma requer um aprendizado específico.

    Uma das situações é quando a pessoa não crê ser possível conquistar o que perdeu ou conseguir algo melhor do que possui. Se a situação na qual a pessoa está parece ruim, ela ainda dá graças à Deus por estar nela visto que não acredita que conseguiria nada melhor ou que conseguiria algo igual caso perdesse o que possui. Isso cria um apego enorme à situação – ou pessoa.

    Este apego é que a pessoa chama de “medo de perder”, é a marca registrada de que a pessoa não aprendeu ou não acredita que consegue algo melhor para ela. Assim sendo começa a supervalorizar o que possui numa tentativa de iludir-se dizendo-se que o que possui é muito melhor do que na verdade é, junto com isso, tenta burlar seus sentimentos de raiva e frustração frente ao que tem e não gosta.

    Como eu disse anteriormente medo é falta de aprendizado, portanto, o que precisamos aprender em uma situação como esta?

    Cada um é cada um, mas, de uma forma geral podemos entender que é importante a pessoa aprender a se valorizar mais. Isto vai ajudá-la a perceber o seu valor no mundo, suas capacidades e potenciais – costumo dizer no consultório algo assim: “naquilo que você já é bom hoje, sem mudar nada em você”. Valorizar-se desta forma ajudará a pessoa a questionar a crença de que ela é incapaz de conseguir algo melhor para ela e a cogitar a crença de que ela pode conseguir algo melhor, este é um dos primeiros passos a serem seguidos.

    Um outro é criar uma imagem, uma lista do que você queria de verdade. Isto serve como um parâmetro entre o que você está se permitindo viver e o que você gostaria de estar vivendo. É como eu disse para uma cliente minha: se você não quer um homem “machão” é muito simples: não se envolva com um deles! Quando não deixamos nossos desejos claros para nós acabamos “aceitando gato por lebre” e depois queremos que a lebre ronrone.

    Estes dois passos são o fundamental: ter uma ideia clara de para onde desejo ir, crer que isso é possível e acreditar-se merecedor disso. Daí em diante cada um terá suas dificuldades e facilidades pessoais e somente a vida de cada um vocês poderá revelar isso com o tempo.

    Espero que você possa, ainda hoje, vencer o seu medo de perder o que quer que seja acreditando que o mundo lhe reserva experiências ainda mais fantásticas do que estas com as quais você pode sonhar hoje!

    Abraço

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