– Pois é… de novo na mesma.
– Nem tanto, você deu limites de uma forma bem legal, só não fez com todos.
– Pois é… o que me falta Akim?
– O que, de fato? Pense: você deu alguns limites, o que te faz dar estes limites?
– Eu estava muito certo deles sabe? Tipo… não tinha dúvidas.
– Perfeito! Você está me dizendo que os que você deu é porque você tinha certeza, sem dúvida de que eram necessários.
– Isso.
– Então, o que te faz duvidar dos outros?
– Hum… acho que eu não sei direito se quero dar esses limites.
– Porque não?
– Se eu der, sei que algumas pessoas vão ficar brabas comigo sabe?
– Sei. E o que vale mais: elas ficarem “de bem” com você ao passar por cima de ti ou elas ficarem “de mal” contigo por você fazer o que é certo pra ti?
– Hum… acho que o segundo… deveria ser pelo menos, mas ainda não consigo ficar forte nisso.
– Então vamos “malhar” um pouco nisso
– Ok!
O que o desejo tem a ver com auto-estima? Tudo.
Em primeiro lugar é importante mostrar que auto-estima não é um direito, mas sim uma conseqüência dos comportamentos da pessoa para com ela mesma. Auto-estima, como o próprio nome diz é a estima que a pessoa possui por si; esta estima é, também, gerada pela própria pessoa, como isso acontece? Da mesma forma que acontece quando estimamos uma pessoa qualquer: percebemos nela características, emoções, temos experiências com ela que nos fazem ver “o valor do outro” e, com base nisso, nossa estima pela pessoa é elaborada. Obviamente este afeto construído pode ser desconstruído mediante as atitudes do outro é quando nossa estima pelo outro diminui. O mesmo ocorre com a gente, com a diferença de que a auto-estima é quando vemos características, comportamento nossos e damos ou não valor à isso. À medida em que atribuímos valor a auto-estima aumenta, e, do contrário, diminui. Assim sendo, se temos atitudes e comportamentos que tem a ver com quem somos, com o que achamos certo, com o nosso bem-estar a nossa auto-estima vai aumentar, mas se fizermos o contrário disso ela vai diminuir.
É aí o ponto em que o desejo se relaciona com a auto-estima. Desejar, querer algo importante para nós e buscar isso faz parte da sensação de estar cuidando de si, enaltecendo o seu próprio sonho, a sua personalidade e isso ajuda a aumentar a auto-estima. Desejar é algo muito individual e é importante não confundir desejo com necessidade que tem a ver com coisas que a pessoa tem que ter, por exemplo, comida é uma necessidade, mas comer algo específico está mais na ordem do desejo.
Muitas pessoas tem problemas com o desejo justamente por isso: ele não se justifica. Ele é “simplesmente” um querer, e, como pertence à pessoa, ao indivíduo não pode ser justificado de alguma forma, não pode ser trocado ou comparado. O desejo é algo muito complicado de lidar porque envolve um simples “eu quero”. No entanto, por ser simples, não deixa de ser importante ou mesmo fundamental, visto que ao desejar e realizar seus desejos, a pessoa vive quem é. Aprender a perceber seus desejos, as origens do mesmo, o que eles tem a ver com a pessoa e com seu momento de vida são fatores que enriquecem o desejar e facilitam à pessoa compreender aonde seus desejos vão levá-la pois o desejo é algo relacionado com o futuro, se fosse com o passado seria algo como satisfação ou frustração.
Não importa se você vai ou não conseguir alcançar, o importante é viver o desejo. Obviamente a realização traz seus méritos e prazeres, mas o fator mais importante é poder perceber o desejo, relacionar-se com ele e levá-lo à cabo, mesmo que não chegue no fim. Assim sendo muitas pessoas se travam pensando no que os outros vão pensar caso ela busque o seu desejo, ou reprovam o desejo como “bobo”, param de prestar atenção ao que querem e passam a vida apenas satisfazendo necessidades. Todos estes comportamentos prejudicam a auto-estima, pois a pessoa não está cuidando adequadamente dela enquanto deixa seus desejos de lado e isso nos afeta de maneira muito forte.
Abraço
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