• 11 de setembro de 2013

    Auto-percepção

    – Então, fiz o exercício que você me pediu.
    – E aí, como foi?
    – Foi meio estranho até, eu fui eu mesmo do jeito que eu sou e fiquei olhando para as pessoas depois que eu agia.
    – Isso, muito bom e o que você percebeu?
    – Fui vendo que a maneira que eu falo com as pessoas é o mesmo jeito que eu não gosto no meu pai! Foi muito estranho perceber isso.
    – Hum, muito bom hein?
    – É… não sei se foi bom, foi estranho.
    – Claro, é normal sentir estranheza num momento como esse. A percepção foi muito diferente da imagem que você tinha de você?
    – Sim. Nunca pensei que eu falava daquele jeito. Agora entendo porque minha namorada fica magoada comigo de vez em quando.
    – Perfeito, agora me diga o que você quer fazer com isso?

    Perceber o nosso comportamento, pensamento, emoções e suas consequências é o primeiro passo para a mudança.
    O trabalho de auto-percepção é um fundamento para qualquer tipo de terapia. Seja o foco o comportamento, os pensamentos ou as emoções é necessário perceber o que acontece conosco e como acontece antes de poder realizar alguma mudança e, muitas vezes, perceber que não existem mudanças a serem feitas.

    Como se faz isso?

    Existem várias formas para melhorar a sua auto-percepção dependendo do que você quer perceber. Então, o primeiro passo é dar um foco: sobre o que você quer prestar atenção? Um comportamento? Um dado tipo de emoção? Um pensamento? Como você reage à um determinado tipo de situação? O efeito que você causa nos outros com o seu jeito de falar, de andar ou de olhar? A pessoa pode escolher focos muito simples como a sua respiração, que é o que se faz em meditação, por exemplo: ela foca a sua atenção em perceber os movimentos do seu corpo enquanto respira, não faz críticas e nem julgamentos, apenas descreve para si mesma o que está percebendo. Este é o segundo ponto: seja descritivo sem elaborar julgamentos sobre o que está percebendo, não procure mudar ou adaptar o comportamento faça tal como ele é e descreva para si o que percebe.

    Uma vez que determine o foco – o “o que” – é importante passar à prática. Se você quer perceber um comportamento seu, coloque-se em situações nas quais ele ocorre, passe a emitir o comportamento e descreva para si o que percebe. Depois de vivenciar o episódio você também pode pensar nele em sua casa, lembrando do que ocorreu e do como ocorreu para aumentar a sua percepção. Pensamentos e emoções também podem ser percebidos desta forma: na hora em que ocorrem ou em retrospecto – como foi da última vez que senti ou pensei isso? o que estava acontecendo no momento?

    Elementos que são interessantes de serem percebidos: o seu estado de humor antes e depois, pensamentos que teve antes e depois, como estava a sua semana ou o seu dia naquela situação, se você estava com a saúde em bom estado ou não, se tinha algum tipo de problema em outra área ou não, como fica o seu corpo nestas situações (tensões, prender a respiração, aumento da circulação do sangue, tonturas), os efeitos que foram causados e como você reage á estes efeitos.

    Perceber “à nós mesmos” é algo muito importante e complexo, aos poucos vamos encaixando peças e mais peças para formar um modelo maior para informar à nós sobre como nos comportamos porém com dados colhidos de maneira mais assertiva, pesquisada de fato. Desta forma é prazeroso pensar que somos assunto para uma vida toda!

    Abraço
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