• 4 de outubro de 2013

    Vida consciente

    – Falando com você agora, sabe o que eu estou percebendo?

    – O que?

    – Que o meu problema não é com os outros… é comigo mesmo!

    – Ah é? Hum, me conte mais!

    – É o seguinte Akim… não importa se gostam ou não de mim… importa se eu gosto de mim.

    – É né?

    – É e vou te dizer que esse é um tema que eu tenho problema a minha vida toda… mas acho que só agora consegui falar sobre ele.

    – Ótimo! O que quer fazer com esta percepção?

    – Eu quero é começar a gostar de mim! Ou… na verdade… me aceitar só.

    – Parece bom, o que mais?

    – Sabe… eu preciso começar a falar de algumas coisas minhas… meu trabalho está bom demais já, não acha?

    – Ô… mande ver, estou doido para te conhecer!

    Nathaniel Brande, um dos grandes autores sobre auto-estima coloca a vida consciente como um dos fatores fundamentais para o desenvolvimento de uma boa auto-estima. O que é viver de forma consciente?

    Viver de forma consciente é, em primeiro lugar, uma atitude. A consciência humana é volitiva, ou seja, ela algo que podemos manipular, usar de acordo com o nosso desejo e intenção. Desta forma podemos usar a consciência ou escolher não usá-la, podemos buscar ativamente estar mais cônscios sobre nós e sobre o nosso mundo ou podemos escolher a inconsciência. Portanto o primeiro passo para uma vida saudável recai na questão de escolher viver a vida desta forma e em cada atitude buscar a consciência. O que envolve o desenvolvimento de uma mente ativa, que busca e deseja; a mente ativa compromete-se em aumentar a sua responsabilidade, as suas competências neste mundo.

    Um segundo passo é adquirir respeito, desejo pela realidade. A vida consciente assume que “o que é é” e “o que não é, não é”. Uma auto-estima positiva e verdadeira se baseia em fatos, em realidade e não em especulações ou fantasias, assim sendo viver consciente é viver observando a si mesmo da forma mais realista que você consegue e buscar aumentar esta capacidade cada vez mais. O realismo é um dos fundamentos da vida consciente. Tudo o que aproxima a pessoa de mais consciência, de mais realidade é desejado, tudo o que a afasta deve ser confrontado. Este desejo torna-se prazeroso com o tempo pois é somente com o real que podemos lidar e melhorar, nunca conseguimos melhorar com fantasias.

    Ter planos, localizar-se em relação aos seus planos são fatores importantes sobre a vida consciente. Nossos planos nos mostram nosso desejo, virtudes, dificuldades e envolvem a mente de uma forma ativa não apenas em relação à algo, mas também em relação à nós: o que estamos conseguindo fazer? O que precisamos aprender? Estou realmente dando tudo de mim nisto? Tenho direito de ser feliz? Mereço isso? Todas estas indagações vem à tona quando organizamos e realizamos projetos pessoais e tornar-se consciente das respostas que damos assim como das ações que tomamos frente à estas respostas é fundamental para aumentar o nosso grau de consciência frente à nossa vida. 

    A ação é o último passo da vida consciente. Perceber algo e tomar uma ação contrária – salvo a ocasião em que isto é feito de maneira consciente e desejada – é uma das formas de invalidar a nossa percepção, nas palavras de Branden: “é traída a consciência que não é traduzida numa ação apropriada; é a mente negando a si mesma”.

    Embora unir todos estes elementos num todo coerente pareça difícil é um tanto simples. Na verdade, envolve mais a atitude do que um grau muito elevado de iluminação pessoal. Comece ouvindo você mesmo sobre as diferentes áreas da sua vida: como me sinto em relação aos meus projetos pessoais?Tenho algum? Minha vida afetiva está boa de fato? O que preciso fazer para melhorar? Estou realizado em meu trabalho? O que quero fazer com isso? É importante perceber que você já faz isso ao longo do seu dia a dia, as pessoas já sabem o que está bom ou não em suas vidas o problema é que resolvem deixar estas informações de lado. Por isso ouvir-se, escrever o que dizemos à nós mesmos é uma boa forma de começar a se tornar mais consciente de nossas próprias vidas. É impressionante quanto as pessoas dizem de verdades sobre elas mesmas e nem sequer percebem.

    O segundo e importante passo é fazer algo com o que ouviu de você mesmo. Ampliar a consciência e realizar algo com as informações coletadas com a sua consciência. Este é o jogo que faz com que você viva uma vida mais consciente e crie as bases para fundamentar a sua auto-estima.

    Abraço

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