• 20 de novembro de 2013

    Chega!

    – E eu fiz aquilo que estava com vontade.

    – Poxa vida, que ótimo!

    – Pois é, não fiquei pensando em fazer algo contra ele entende? Fiz algo à meu favor apenas.

    – Claro que entendo. De fato, não tem nada contra ele, e apenas algo que você quer fazer e, desta vez, fez.

    – Sim. Percebi que se eu quero mudanças em minha vida, tenho que começar a fazer por merecer.

    – Perfeito!

    – Eu cansei de ficar sempre na mesma sabe? Cansei de fingir para mim mesmo que “está tudo bem”!

    – Acho que este é o começo de um belo trabalho de mudança pessoal!

    Um guru indiano chamado Osho certa vez disse que se as pessoas realmente se entediassem poderiam viver uma vida diferente. Ele disse isso explicando que quando a pessoa percebe o tédio em sua vida – das escolhas que não faz, das palavras que não diz – ela pode se irritar e “se dar um basta”. Em terapia, ocorre o mesmo.

    Um estudioso da terapia sistêmica disse, certa vez, sobre o paradoxo da terapia: as pessoas querem mudanças desde que elas não precisem mudar. Obviamente este paradoxo retrata várias pessoas não apenas em terapia, mas também na vida. Desejam mudanças – dos outros – e reclama o tempo todo sobre suas adversidades.

    Penso que o trabalho de um terapeuta, muitas vezes, é simplesmente incomodar a pessoa à um ponto tal em que tudo o que ela pode dizer é este “chega!”. Levar – com consciência – as pessoas ao ponto de não-retorno em suas vidas para que elas escolham com os olhos abertos tomar uma atitude – seja ela qual for.

    Tenho visto que este “chega” é um momento importante na vida das pessoas. Quando ele chega a escolha é em viver uma vida igual à que sempre se viveu e viver uma vida completamente diferente. Medos? Óbvio, porém a ideia começa a ser ir com o medo ao invés de tentar usá-lo como justificativa para não ir. A percepção da pessoa muda de vítima para causador de seus próprios infortúnios e ela começa a querer resolver situações ao invés de mantê-las tal como estão.

    O compromisso com uma nova forma de viver – que ela ainda não possui plenamente – se consolida e então a pessoa começa a agir de acordo com o que percebe, sente e pensa. Para um terapeuta este momento é sempre comemorado pois é o prenúncio de grandes aventuras; para o cliente este momento é rememorado tempos depois como uma sensação de superação pessoal e permanece na memória das pessoas para o restante de suas vidas.

    Abraço

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