• 27 de novembro de 2013

    Quem decide?

    – Mas eu acho que ele não vai gostar disso.

    – É bem provável que não.

    – E daí, o que eu faço?

    – O que, de fato?

    – Ai não sei…

    – Para onde você está olhando para decidir isso?

    – Para ele né?

    – Sim, olhe para você e veja como a coisa fica mais fácil.

    Um tema recorrente no consultório são pessoas que tem “problemas de decisão”.

    Dificilmente encontrei alguém com reais problemas de decisão, em geral são adolescentes que ainda não aprenderam a tomar decisões de forma adulta o que é algo normal porque eles ainda tem que aprender isso e não exatamente um problema.

    Para o restante dos meus clientes o que mais acontece é que a pessoa toma a decisão, ela sabe muito bem o que quer, mas quando a decisão dentro dela pede por uma ação ela coloca outras pessoas na sua frente para julgarem se a ação é adequada ou não. Em outras palavras: a pessoa decide fazer um curso, mas na hora de fazer a inscrição ela imagina seu pai e sua mãe com caras feias e desaprovadoras lhe dizendo o quão idiota aquele curso será, com base nisso ela prefere desistir do curso ou então se inscreve para largá-lo mais tarde.

    A questão em pauta é a falta de uma perspectiva pessoal com a qual julgar os seus desejos. A pessoa torna-se refém das fantasias que ela tem sobre pessoas que ela mesma coloca para julgar os seus atos e desejos. Assim sendo ela julga o que quer fazer não com base no que aquilo vai trazer de bom para ela, no porque aquilo é importante para ela, mas sim com base no que ela julga que os outros vão desaprovar o que ela quer. Obviamente, tomar uma decisão e agir desta forma é algo realmente difícil.

    A ideia é a pessoa aprender a dar um julgamento pessoal ao que deseja fazer e aprender a se individualizar; ou seja, aprender que as pessoas podem desaprovar o que ela quer, mas que isso não implica em ela também desaprovar. Se a desaprovação alheia torna-se apenas isso a pessoa pode sentir-se livre para fazer o que quer, livre de suas próprias fantasias e necessidades infantis não resolvidas.

    Isto é, um geral, o que as pessoa acabam trabalhando: a resolução de necessidades que ela mesma tem e não reconhece em si. Por exemplo: um homem que já ganha o seu dinheiro e é independente, mas precisa da aprovação da esposa ou namorada para fazer alguma coisa. Mesmo desejando ele não faz porque teme ser desaprovado e com isso irritar a parceira e então “perder” a relação. Em geral este perfil precisa aprender a se respeitar e diferenciar uma divergência do término de uma relação, estas são necessidades não resolvidas, ou melhor dizendo, entendidas de uma forma que limita muito o comportamento do indivíduo.

    E você, quem decide a sua vida: você ou as fantasias que você tem das pessoas que ama?

    Abraço

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