• 30 de dezembro de 2013

    Ampliando a mente

    – Mas esse negócio de ser mais regrado me incomoda sabe?

    – O que te incomoda nisso?

    – Ahh… é que essa coisa de ser todo certinho o tempo todo é muito chata.

    – Concordo, mas… quem está dizendo que você tem que ser certinho o tempo todo?

    – Não sei… mas é o que eu penso quando me imagino seguindo regras.

    – Mas é você quem vai bolar as regras não é mesmo?

    – Sim.

    – E para que mesmo?

    – Para eu atingir o que eu quero.

    – Portanto… qual o problema?

    – Fico achando que vou perder a minha espontaneidade se começar a seguir regras demais.

    – Perfeito, se seguir “regras demais” pode ser que perca, mas, neste contexto você está falando de regras demais?

    – Não né?

    – Como seria se ao invés de entender “regrado” como “seguir um monte de regras que vão me tirar a espontaneidade” você entendesse como “definir comportamentos que vão me ajudar a chegar onde eu quero, do jeito que eu sou”?

    – Soa mais interessante.

    – Ótimo, tente imaginar-se fazendo isso do seu jeito então.

    – Bem melhor.

    Sempre me pergunto o que passa na cabeça das pessoas quando elas falam em “ampliar a mente” ou “expandir a mente”, parece que a mente é uma bexiga que quanto mais você sopra mais ela cresce, seria isso “ampliar a mente”?

    Creio que depende do que cada um acredita que a mente “é”, no meu caso, por exemplo, acho que “ampliamos” a nossa “mente” cada vez que temos um pequeno aprendizado – ou grande – que nos faz ver as mesmas situações de uma forma mais enriquecida. Quando percebemos mais detalhes de um mesmo cenário, quando temos mais comportamentos adequados para lidar com as situações, quando aprendemos a expressar nossas emoções de formas variadas que atendem nosso desejo e intenção.

    Desta forma, no exemplo acima, a pessoa “ampliou” a sua mente quando entendeu que o conceito que ela tinha de “ser regrado” poderia ser entendido de uma maneira mais rica que englobava aquela forma antiga e abria outras possibilidades não exploradas antes e isso a permitiria ter comportamentos diferentes no mundo mantendo a sua integridade.

    Este exemplo também é útil para mostrar que a tal “ampliação” pode ser feita de uma maneira muito simples e profunda, sem sofrimentos e até com descontração. Afinal de contas, enriquecer pode ser prazeroso também! E enriquecer a mente além de prazeroso pode ser tranquilizador, pois os novos conhecimentos, habilidades ou emoções nos deixam mais aptos à viver o/no mundo.

    Em geral nossa mente está habituada a seguir sempre o mesmo roteiro – e isso é importante, porque sem isso não funcionamos no mundo, de uma certa forma a rotina é necessária – e enquanto seguimos este roteiro de uma forma cega não nos permitimos questioná-lo em busca de mais informações ou de novas formas de agir. Uma vez que paramos com o hábito e o questionamos podemos, então, nos abrir para fazer as perguntas certas e ampliar a nossa mente.

    Qual seria a pergunta que iria inquietar você e levar a sua mente ao próximo passo?

    Abraço

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