• 22 de janeiro de 2014

    Um passo de cada vez

    – Mas agora eu estou com medo sabe?

    – Ah é? O que te dá medo?

    – Acho que não vou conseguir dar conta de tudo de uma vez!

    – Eu tenho certeza que não vai!

    – Ai, como assim?

    – Bem, você não vai conseguir fazer “tudo” de “uma só vez”, vai?

    – É… pensando assim não né?

    – Sim, mas é como está aí na sua cabeça não é? A sua cobrança é essa.

    – É.

    – Que tal repensar isso de uma forma mais realista e organizada: dividindo a coisa toda em etapas e jogando estas etapas ao longo do tempo?

    – Me acalma pensar assim.

    – Ótimo

    Aprender a usar a nossa mente talvez seja um dos maiores e mais prazerosos desafios de todos.

    O exemplo acima é um deles e trata da maneira pela qual as pessoas organizam suas tarefas, por exemplo. Existem pessoas que pensam que tem que fazer “tudo para ontem”, vivem o seu dia a dia assim. Esta maneira de organizar as suas tarefas irá lhe trazer uma constante sensação de que você está em atraso, devendo algo para alguém e o fará se colocar sempre no pique para estar correndo atrás daquilo que você “deixou de fazer”.

    Outras pessoas acham que “amanhã eu resolvo” e deixam tudo sempre para a última hora ou para o dia seguinte. É comum terem esquecimentos, atrasos e darem soluções não tão boas porque fizeram tudo correndo. Alguns, por outro lado gostam da sensação que a pressão traz e acabam rendendo melhor.

    Algumas pessoas possuem cobranças bem definidas e realistas, outras se cobram o impossível. Obviamente quem organiza as suas cobranças da primeira maneira consegue sentir-se mais no controle da situação e se permite até descansar quando termina. O segundo estilo, em geral, assume uma atitude de que tudo está sempre ruim e ela está sempre devendo algo na sua produção e/ou na qualidade do que fez, termina por denegrir o próprio trabalho quase sempre.

    Ao longo dos anos em terapia tenho visto que os estilos todos podem ser úteis dependendo do contexto, objetivos da pessoa e das suas competências para aquilo que se propõe. Por exemplo, em geral é útil organizarmos nossas tarefas de forma realista e pensada, colocando à nossa frente metas que sabemos que conseguiremos cumprir de forma ordenada no tempo para que cada coisa tenha um tempo adequado para ser realizada, isso traz uma sensação de segurança e a pessoa fica mais tranquila para resolver cada etapa com a devida atenção. Se o seu objetivo é simplesmente “dar conta do que tenho que fazer hoje”, você tem as competências necessárias e o contexto está precisando somente disso, está perfeito.

    Porém, a pessoa pode organizar suas tarefas de uma maneira que ela não sabe se dará conta e isso pode ser muito bom para ela. Como assim? Ora, muitas vezes precisamos evoluir, aprender, ir além. Neste contexto é mais interessante usar concentração e uma dose adequada de incômodo para que você esteja mais atento e seja mais produtivo do que o seu normal. Nesta situação, em específico, organizar as tarefas de uma maneira muito cômoda pode ser contra produtivo porque a pessoa pode não estar no estado mental adequado para estar atenta aos detalhes do que a sua nova tarefa lhe confere.

    Como você organiza suas tarefas? De que forma você usa sua mente?

    Abraço

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