• 2 de junho de 2014

    Projeções e inversões

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    • Então Akim… eu descobri uma coisa estranha.

    • O que foi?

    • Eu entendi porque o meu namorado fazer coisas sozinho me assusta tanto.

    • Ah, me conte.

    • Eu entendi que eu também quero fazer isso.

    • Ahhh…

    • Eu não faço por medo, mas eu também tenho isso… por isso que eu fico tão ansiosa…

    • Entendi, claro. Me conte mais

    • Eu quero poder sair sozinha, mas eu me sinto meio mal com isso. Tenho medo de deixá-lo com ciúmes.

    • Assim como você fica?

    • Sim.

    • Mas não é muito justo você ficar com ciúmes sozinha não é?

    • Tá dizendo para eu sair mesmo?

    • Estou dizendo que está na hora de isso ser aberto na relação, quem sabe vocês podem se acertar e saírem sem ciúmes?

    • Hum…

     

    No post “o dedo que aponta” falei sobre a projeção. Aqui vai um exemplo.

    Este caso, assim como vários outros, nos mostra uma pessoa com um medo mortal do que o outro pode fazer. A pessoa cria mil fantasias sobre o que pode ocorrer caso a outra pessoa esteja fazendo algo que ela própria desejava fazer. Este é um caso muito comum de projeção, reclamo no outro sobre aquilo que eu mesmo quero fazer.

    Uma das dinâmicas possíveis é explicada da seguinte maneira: a pessoa possui um desejo – no caso, de fazer coisas sozinha, por si – porém este ato é, de alguma maneira um ato proibido, errado ou nocivo segundo as crenças da pessoa. Conviver com este desejo proibido é algo que fere a auto estima da pessoa denegrindo a sua auto imagem. Assim, quando ela percebe no outro algo parecido com o que ela gostaria de fazer ela cria a projeção, ou, num outro formato, através da maneira de se relacionar com a outra pessoa ela cria situações – de maneira inconsciente – nas quais o outro acaba tendo que ou resolvendo tomar atitudes sozinho, o que confirma a projeção.

    Estabelece-se aí uma luta dentro da relação entre o conjugue e o desejo contido da outra pessoa. A pessoa luta contra o outro, mas, na verdade, está lutando contra o seu próprio desejo. Como o desejo é “proibido” ou “errado” a pessoa projeta-o em outra para poder brigar contra algo que “não é dela”, mas sim, “do outro”. Algumas vezes, porém o esquema falha ou a auto percepção melhora como foi neste caso.

    Quando isso ocorre percebe-se que aquilo que brigamos com o outro é algo nosso. Um desejo, vontade ou emoção com a qual não lida-se de maneira adequada, teme-se ou então deseja-se não ter de nenhuma forma. Este é o momento de encarar com honestidade aquilo que trazemos dentro de nós para conseguirmos não apenas nos relacionar melhor, mas para que possamos  ter uma vida mais saudável também.

    Abraço

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