- Pois é Akim… não estou muito motivado para este trabalho.
-
Hum… me conte: o que te motivou à ir para ele?
-
Bem, eu não queria mais estar na casa do meu pai e não queria mais depender dele sabe?
-
Sei sim…
-
E daí pintou esta oportunidade e eu peguei.
-
Entendi… o que ia melhorar na sua vida saindo da casa do seu pai?
-
Bem, eu ia poder sair sem ninguém me encher.
-
O que é mais importante: ninguém te encher ou você ter a liberdade de agir como quer?
-
Agir como quero!
-
Coisa boa! E você, quando pensa no seu trabalho, pensa nele dessa forma?
-
De que forma?
-
Como o que sustenta esta liberdade que você quer?
-
Não…
-
E se você pensar nele assim, como fica a sua falta de motivação?
-
Cara… muda um pouco já…
-
Um bom começo…
Fugir daquilo que nos causa dor é algo importante, quando nos afastamos de algo que nos incomoda sentimos um alívio que nos ajuda a repousar e reorganizar a vida. A sensação de alívio tem a ver com a ideia de afastar algo ruim, para termos alívio é necessário que antes tenhamos tido o incômodo, sem um não vem o outro.
A sensação de satisfação é diferente, ela vem quando adquirimos algo, quando finalizamos alguma coisa. É o resultado final o que importa e não a exclusão daquilo que incomoda, é a aquisição de algo que nos estrutura o que se busca na satisfação. Em oposição ao alívio, na satisfação o que temos que ter antes é a sensação de que nos falta algo ou a sensação de desejar algo.
A maneira pela qual pensamos em nossa vida tem profundas repercussões sobre nossa motivação, as ações que tomamos e que deixamos de tomar e a maneira pela qual vivemos o dia a dia. Algumas maneiras de perceber e viver a vida são úteis para algumas finalidades enquanto outros maneiras são prejudiciais. Em meu consultório, por exemplo, percebo muitas pessoas tendo problemas em detrimento de uma confusão entre alívio e satisfação.
Quando aquilo que desejo é alívio o primeiro passo é buscar por um problema, se não existem problemas a pessoa não se mexe. É aquele tipo de pessoa que quanto tem um prazo, um problema ou uma situação à ser resolvida é muito eficaz, mas quando não tem nenhuma urgência para resolver nunca faz nada da vida, fica relapsa e vive num “nível basal”.
Quando se deseja satisfação na vida a atitude é de buscar aquilo que se deseja. O foco vai, então, para os ganhos que a pessoa terá e para os comportamentos que vão ajudá-la a chegar nestes ganhos. A pessoa é mais pró ativa e buscadora, ela mantém a motivação e o foco em aprendizados porque precisa e deseja-os.
Ocorre que muitas pessoas desejam coisas para a sua vida, mas pensam no estilo “alívio”. Quem quer algo precisa aprender a pensar como quem deseja se satisfazer e não como quem deseja se aliviar. Porque? Por um motivo simples: o esforço envolvido no “desejar” é muito grande para quem só deseja um alívio. Em outras palavras, para quem pensa no sentido do alívio, o custo de se mexer é muito grande e a pessoa acaba procrastinando ou se desinteressando da tarefa.
A grande questão é aprender a mudar a “imagem final”, ou seja, aquilo em que pensamos quando pensamos no que vamos ter no final. Se eu me imagino me afastando de algo ruim, ou “não tendo problemas” estou pensando no sistema que busca “alívio”. Quando imagino aquilo que realmente quero e o bem que isso vai me trazer eu estou raciocinando no sistema “satisfação”.
Quando você imagina o seu futuro pensa “não quero problemas” ou pensa “quero algo bom pra mim”? Essa é a diferença.
Abraço
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