- E então eu estava lá na festa, meio tensa…
-
Tensa com o que?
-
Ai… não sei direito.
-
Feche os olhos e se imagine lá novamente. Quero que tente perceber o momento em que percebeu a tensão.
-
Ok… estou percebendo.
-
Muito bom! O que deveria acontecer para você dissolver esta tensão?
-
… ser… eu mesma?
-
É isso? O que você faria se você fosse você mesma?
-
Eu iria dançar!
-
Imagine você fazendo isso e me diga o que ocorre com a tensão.
-
Some.
Uma das coisas com a qual mais vibro como psicólogo – e como pessoa também – é quando percebo as pessoas percebendo-se e tomando controle sobre suas vidas. Isso não significa estar certo ou errado, não é garantia de que “tudo vai dar certo”, mas mesmo assim, quando as pessoas conseguem atingir isso, suas vidas dão uma guinada.
Este caso que trouxe acima fala sobre uma pessoa – como muitas por aí – que fazia suas escolhas colocando sempre os outros como referencial ao invés de colocar ela própria. Estava em terapia há algum tempo e nesta sessão ela passou a se perceber muito mais porque ela pode colocar-se como referência de sua própria vida.
Fazemos mil e um malabarismos quando colocamos os outros como referência. É a reposta – que nunca vem – à terrível pergunta: “o que será que ele (a) quer?” Perguntar-se isso começa a minar a nossa espontaneidade e a limitar as nossas reações à padrões estereotipados que nunca dão muito certo ou que, se dão, no enjaulam numa prisão de “faça assim ou seja excluído”.
Ela começou percebendo o que ela fazia, nada mais do que isso, porque às vezes o exercício mais poderoso é, também, o mais simples. Foi tomando consciência de cada coisa que fazia, cada atitude e comportamento. Depois disso começou a refletir sobre a motivação que a levava a fazer isso. Para que ela agia daquela maneira? O que esperava com aquilo?
Sua percepção foi expandindo-se até o dia em que trouxe esta história que descrevi. Depois daquele dia e daquela sessão ela começou a se fazer uma nova pergunta: e eu, o que quero fazer nesta situação? Esta pergunta ajudou ela a parar de fazer os mil malabarismos que ela era acostumada à fazer para descobrir o que o outro desejava que ela fizesse e a focar mais na leitura que ela fazia da situação que estava vivendo e a agir da maneira pela qual achava que era correto para ela.
Como eu disse no início do post ela descobriu com isso que ela errava um monte de vezes e aprendeu a se arrepender. Ela também descobriu que acertava várias vezes e aprendeu a se orgulhar do que fazia, aprendeu que precisava corrigir a rota de vez em quando e que não adiantava insistir em comportamentos e ideias que não levavam ela para frente. Aprendeu a abrir mão da arrogância e a se tornar um aprendiz de si.
Com isso a vida melhora? Porque você não experimenta?
Abraço
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