- Ele me deixa louco com isso.
-
Porque?
-
Porque é um monte de coisa que não tem nada a ver sabe?!
-
Sim, por isso que eu fico me perguntando o porque você está incomodada?
-
Ah… ele não poderia falar isso!
-
Entenda: ele pode falar o que bem entender… a questão é como você vai lidar com isso?
-
Então, daí tenho que ficar me defendendo.
-
“Tem que”? Quem está te obrigando?
-
Ah, não sei… eu sou meio do tipo “não leve desaforo pra casa”.
-
Claro… mas neste caso está custando mais isso do que levar não é mesmo?
-
É…
-
E se você colocasse mais um ditado na sua mente, um como “cão que ladra não morde”?
-
(Risos) Acho que seria melhor pra mim né?!
-
Eu também!
Assim como minha cliente, muitas pessoas entendem que não devem levar desaforos para casa, mas até que ponto essa frase é realmente necessária?
A intolerância para com desaforos pode, muitas vezes, envolver a pessoa em brigas e discussões totalmente desnecessárias e improdutivas. Essas pessoas são vítimas fáceis de qualquer tipo de manipulação que envolva a agressão como forma de vinculação, assim como podem perder seu prumo muito rapidamente por achar que devem se defender de toda e qualquer acusações que venham a sofrer.
A pessoa torna-se intolerante à acusações e agressões e isso a faz perder o prumo. Ao não aceitar que alguém possa ter uma opinião negativa à seu respeito ela começa a argumentar para que o outro mude a sua opinião, no entanto, se ela pega pela frente alguém cujo objetivo – neste caso – real é de prejudicá-la, ela nunca conseguirá convencê-la. E ainda mais: provavelmente será levada a mostrar raiva ou inadequação durante a conversa para comprovar que ela “não é tão boa quanto parece”.
Aprender o momento certo assim como o motivo e a maneira certa de se defender é algo muito importante para as pessoas. É importante avaliar o contexto: o que irá lhe trazer de “lucro” real defender-se neste contexto? É realmente tão importante? A maneira certa de se defender precisa ser vista também, por vezes o simples silêncio e o não-envolvimento em uma determinada discussão já enviam a mensagem de “não sou culpado, não preciso me defender”. Se a fala é realmente necessária e/ou adequada é importante manter o tom de voz, fazer perguntas ao outro no sentido de identificar especificamente ao que ele está se referindo, buscar as evidências nas quais a pessoa está se alicerçando e buscar estabelecer um clima de diálogo ao invés de um clima de disputa.
Sobre o motivo é importante que a pessoa tenha em mente se ela precisa que todos a aprovem ou não. Quando nos defendemos porque “todos tem que gostar de nós” somos vítimas fáceis e geralmente a pessoa cai um discussões inúteis. No entanto, se é possível para você saber que algumas pessoas não vão gostar de você não importa o que faça, ou que elas precisam não gostar de você por motivos pessoais dela, você se desvincula desta necessidade de aprovação e passa a se proteger quando você julga necessário, e esta necessidade, em geral, vem quando a pessoa percebe que a discussão pode levar à um caminho produtivo ao invés de um caminho negativo.
Abraço
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