- Eu não sei mais o que fazer Akim.
-
Hum…
-
Já tentei tudo e a coisa não anda.
-
Entendo. O que mais você pode fazer então?
-
Já te disse, já fiz de tudo.
-
Menos uma coisa.
-
O que?
-
Você já parou para pensar se é realmente de sua alçada ter que mudar ele?
-
Como assim?
-
Você “já fez de tudo” para mudá-lo, não é?
-
É… é isso no fundo.
-
Então… e se não for para mudar ele?
-
E se for para ele ficar assim você quer dizer?
-
Sim.
-
Mas daí eu não quero mais!
-
Pois é, já tentou mostrar isso na relação? Assumir uma postura, de fato, diante da situação?
-
Não…
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Então.
-
Mas ele tinha que mudar!
-
Tinha, poderia, deveria… tanto faz, o fato é: o que você tem tentado fazer – mudar o outro – não está dando certo! Quer insistir nisso até quando?
-
É… e como você disse… eu ainda não tentei… me mudar não é?
-
Bingo!
A frase do escritor russo Leon Tolstoi “todas as famílias felizes se assemelham; mas cada família infeliz é infeliz à seu modo”, não é das minhas favoritas, mas ela explica bem o ponto do post de hoje. Razão é contrária à felicidade? Sim. E não.
Não: é possível ter razão sobre alguns pontos da vida e ainda assim ser uma pessoa feliz. As pessoas felizes, afinal, tem as suas razões, seus motivos e refletem a vida de determinada maneira. Sim: muitas vezes nos apegamos à ideias que não servem, que não nos trazem a felicidade e queremos fazê-las corretas apenas para “termos razão” e é aí que a coisa complica.
Desta maneira a pergunta: “quer ter razão ou ser feliz?” é, na verdade, uma grande pegadinha porque não se trata de uma escolha entre uma ou outra, mas sim da reflexão entre uma e outra. A sua razão tem lhe trazido felicidade? Você tem sido feliz seguindo a razão que segue? Essa sim, creio eu é a pergunta mais adequada. Porque?
Todos nós temos crenças, ideias sobre como o mundo é, como as pessoas são, sobre o que é a vida e a própria felicidade. Estas ideias não são boas e nem ruins à princípio, elas são, simplesmente ideias. Ao passar do tempo conseguimos ver, rapidamente se elas realmente nos trazem aquilo que prometem ou se são ideias inadequadas. O grande problema do ser humano é que, uma vez visto que a ideia é inadequada, ao invés de ele livrar-se da ideia, ele insiste nela! É um grande absurdo, porém é o que vejo todos os dias, sem exceção no consultório e em minha vida pessoal também.
Esta insistência é que torna a razão contrária à felicidade. É quando percebemos que o caminho escolhido não nos leva onde queremos, mas insistimos nele. Neste momento a pessoa começa a criar mil e uma teorias sobre o porque que o mundo está errado, como as pessoas são e deixam de ser e deveriam ser, apenas para sustentar a ideia de que ele estava certo, e o resto da existência errada. “A vida deveria…”; “a vida poderia…” são as frases de impacto que deixa no ar.
No entanto, porque brigarmos com o real, com aquilo que vemos e percebemos apenas porque é diferente daquilo que criamos em nossa mente? Porque não aceitar que os caminhos que escolhemos foram errados, não nos levaram ao lugar onde queríamos e buscar novos caminhos? Porque não enfrentar o medo, buscar novas competências, buscar por tutores e pessoas que possam nos auxiliar (sim, elas existem) e alçar novos voos em direção à um futuro mais brilhante e, agora sim, com felicidade de fato? E ainda: porque parar na felicidade? Porque não buscar auto estima, confiança, orgulho, amor e bons relacionamentos?!
Abraço
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