• 14 de agosto de 2014

    Expressar emoções

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    • Foi quando eu parei e pensei: “o que eu realmente quero falar?”

    • Hum, coisa boa! O que você queria realmente dizer?

    • Na verdade era assim: eu estava com raiva e senti que a melhor maneria de expressar não era falar da raiva.

    • Sim, era falar do que?

    • Da tristeza que me dava quando ele fazia aquilo.

    • Entendi.

    • Daí eu simplesmente parei, olhei pra ele e disse: “isso me entristece… e se for importante para você continuar assim eu vou acabar me afastando de você mesmo que eu não queira isso”.

    • E ele?

    • Ele meio que ficou sem palavras e saiu de perto, mais tarde ele acabou pedindo desculpas.

    • Como foi o resultado para você?

    • Eu não gritei e nem esbravejei… e senti que foi a melhor coisa que eu fiz, ou… a mais honesta comigo sabe?

    • Claro!

     

    Quando falo em expressar as emoções as pessoas, em geral, trazem à mente cenas fortes e explosivas nas quais as emoções são dramaticamente arremessadas para fora das pessoas. Às vezes expressar a emoção pode ser isso, mas nem sempre.

    Expressar uma emoção é mais do que simplesmente se render aos impulsos que ela traz consigo, mas sim compreender qual a melhor maneira naquele momento de expressar aquilo que temos dentro de nós. O caso que eu trouxe ilustra bem isso, de raiva a pessoa passou para a tristeza e foi isso o que melhor expressou a raiva dela.

    Temos um processo muito belo de auto conhecimento neste exemplo, pois sair da expressão usual da raiva – gritos e brigas – para ir fundo dentro de si e se perceber magoado pela atitude de outra pessoa e conseguir dizer isso à ela é algo muito forte e honesto, muito verdadeiro. E ainda dizer o que esta tristeza faz com a pessoa é uma forma completa e poderosa de realmente expressar o que se sente, muito melhor do que um xingamento, por exemplo.

    Chegar neste nível de auto conhecimento requer honestidade consigo. As emoções dificilmente são elementos “puros”, ou seja, nascem espontaneamente. Elas, em geral, possuem vários níveis de aprendizados, crenças e condicionamentos sociais e pessoais ligados à elas. Compreender e perceber toda esta dinâmica pode ser complicado no começo, mas é muito libertador à longo prazo.

    Também requer habilidade de perceber o que realmente expressa aquilo que queremos. Quantas vezes já ouvi das pessoas que elas falaram isso, falaram aquilo, mas não era “aquilo que eu queria dizer”. Ora, vale a pena refletir um pouco antes de abrir a boca, pois mais vale uma frase dita de maneira assertiva do que dez faladas sem conexão.

    Aprender sobre nossas emoções é algo que podemos fazer pensando em nossa história passada e projetando o futuro, ou seja: podemos pensar em momentos nos quais dissemos coisas que nos arrependemos depois e pensar: o que eu realmente deveria ter dito? O que realmente iria expressar o que eu precisava expressar?

    Este pequeno exercício nos leva à uma pergunta: o que eu precisava naquele momento para ter entendido o que eu precisava falar? Esta pergunta irá ser um desafio para você no sentido em que irá lhe colocar frente à frente com aquilo que você ainda precisa aprender sobre você, com o seu desenvolvimento pessoal. Por esta razão é uma pergunta que deve ser levada muito à sério. Depois disso pode-se imaginar um futuro próximo no qual você poderá agir de uma maneira diferente da usual e tendo respostas novas que realmente expressem o que você quer.

    Abraço

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