- Tenho uma novidade ótima pra te contar!
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Oba, me conte então!
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Lembra que trabalhamos para eu não me colocar como vítima né?!
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Sim!
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Consegui!
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Opa!! Parabéns!! Me conte como foi?
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Eu entrei lá, respirei fundo e comecei a pensar no meu futuro e em quem eu realmente sou: uma profissional com um sonho.
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Ótimo.
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Sim, e daí, a reunião toda fiquei em contato com isso e todas as coisas que ele falou para mim não me fizeram mal…
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Que ótimo!
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Na verdade… até me deram um certo estímulo sabe? Eu sai mesmo do papel Akim!!
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Parabéns!! Mereces!!!
Muitas pessoas passam por situações difíceis na vida e conseguem passar por estas situações de uma maneira altiva, mesmo sofrendo humilhações, privações e até mesmo violência física e moral. Ela sofrem, se entristecem, sentem raiva assim como qualquer pessoa, porém nunca se identificam como a vítima da situação. Isto faz toda a diferença.
Não se trata de fingir que esta numa situação diferente da que se está ou de achar que não se está sendo molestado. Aceita-se estes fatos, porém não existe a identificação com o papel que a situação está demandando. O que significa “não se identificar” com o papel de vítima?
Podemos entender isso como se fosse um teatro: existe o papel de vítima e tudo aquilo pelo qual a vítima terá que passar. A pessoa pode até passar pelas situações, mas dentro dela ela não se diz – por exemplo – “sou uma vítima”, “porque comigo?” ou “o que fiz para merecer isso?”. Identificar-se é quando assumimos uma identidade e, com ela, um determinado papel, que envolve uma forma de sentir, de pensar e de agir.
A identificação com o papel de vítima é o que realmente transforma a pessoa em uma. A partir disso ela passará a ver o que ela faz e o que ocorre com ela sob esta perspectiva e então estará “presa” nesta “fantasia” que envolve o papel. Uma vez nesta fantasia ela passa a ver o outro como seu carrasco, ela como vítima e a situação como uma prisão frente à qual ela é impotente – visto que é vítima.
As pessoas que não adentram no papel passam pela mesma situação, porém se identificam, por exemplo, com o papel do “sobrevivente” e se dizem: “não importa o que está ocorrendo agora, eu vou sobreviver à isto e ter uma vida boa mais tarde”. Temos entendido que este compromisso com o planejamento de um futuro é fundamental para a vivência no momento não se tornar tão traumática.
Este compromisso faz com que a pessoa viva as injustiças como o que são: injustiças. Um dos maiores trabalhos que a maior parte dos psicólogos tem que fazer com pessoas vitimas de injustiças e violências é, justamente, retirar delas a culpa sobre o que lhes aconteceu visto que é muito comum que as pessoas tentem assumir a responsabilidade pela injustiça que lhes causam, porém isto é contraprodutivo e, também, errado visto que uma injustiça é sempre uma injustiça.
Assim como quando a pessoa se identifica com o papel de vítima ela passa a ver tudo sob esta ótica, quando ela sai deste papel e se identifica com um mais adequado para a situação ela também dá um novo sentido ao que lhe acontece e à quem é. Esta mudança é o que pode ser a sua salvação, aquilo que irá dar à ela a percepção do que lhe aconteceu.
Abraço
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