- Mas Akim… eu não aguento mais ele falando sobre o que ele quer fazer nos projetos dele.
-
Eu entendo.
-
O que eu faço?!
-
Não sei… o que te incomoda nisso?
-
Ah… ele fica lá quebrando a cabeça dele e falando… quem quer saber?!
-
Não sei… você não quer?
-
Eu não!
-
Porque não diz isso então?
-
Ah, é indelicado né?
-
Pode ser, mas vai resolver. É só isso que te incomoda?
-
Não sei… é que eu fico ansiosa com ele.
-
O que te dá ansiedade?
-
Isso de ver ele buscando lá a solução dele sem conseguir direito.
-
E de que maneira isso poderia te afetar?
-
Não sei…
-
Não sabe?
-
Hum… acho que eu sei…
-
Como andam os seus projetos?
-
Parados…
Em um episódio da série “The Simpsons” o personagem Homer diz “A culpa é minha e eu coloco em quem eu quero”. A frase não poderia ser mais impactante e verdadeira para o nosso cotidiano. Muitas pessoas fazem exatamente como o personagem da série.
É muito comum que pessoas que reclamam muito não estão satisfeitas com suas vidas. No entanto, ao invés de assumir a postura pró ativa e buscarem algo que as satisfaça elas começam a culpabilizar outras pessoas por pequenos atos e, com isso, desviam a atenção do foco principal que é a sua própria responsabilidade pelos seus projetos pessoais.
Algumas vezes a pessoa não sabe exatamente como elaborar um projeto pessoal. Ela não possui ideias ou não sabe planejar as ideias. É uma questão de criatividade e/ou de competência. Criatividade para ter as ideias e competência para colocá-las em prática. Em geral, quando se está aqui a pessoa tende a “projetar” esta insatisfação sendo altamente crítica com os desejos dos outros, taxando-os de inadequados ou infantis. Ou então fica criticando os esforços alheios em busca de soluções para os seus problemas. Outra coisa que ocorre é a reclamação sobre as pessoas que estão sempre buscando sabotar seus projetos pessoais.
As pessoas também podem ter problemas em sustentar as ideias que possuem. Neste caso temos projeções sobre os outros serem fortes demais ou fracos demais. Aqui o problema é com a atitude dos outros de buscarem o que querem para si. Se a pessoa não sabe organizar a energia necessária para se manter dentro aquilo que ela própria julga como necessário para ela poderá tentar minar as investidas de terceiros para não se sentir mal.
“Não sentir-se mal” é, inclusive, um dos pontos chaves de quando buscamos projetar nossas culpas internas. Ocorre que se a pessoa assume a responsabilidade sobre o que está fazendo com ela mesma, muitas vezes tem que se deparar com questões pessoais não respondidas, emoções que ela não sabe como lidar e, principalmente, com a quebra de uma atuo imagem idealizada (e em geral irrealista) que a protege contra a realidade.
Assumir o que projetamos é um processo com várias camadas, nas quais vamos, aos poucos, nos apoderando de nossos atos, pensamentos, desejos e emoções. Com isso vamos reconhecendo em nós o que só víamos nos outros. Muitas vezes em processo cheio de surpresas ele pode ser altamente libertador, pois quando vemos em nós o problema podemos fazer algo para mudá-lo e enquanto ele está no outro não temos nenhum poder de ação sobre ele.
Abraço
Visite nosso site: www.akimpsicologo.com.br