• 17 de novembro de 2014

    Identidade emocional

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    • Eu me senti estranho este final de semana

    • Com o que?

    • Por um lado foi bom, por outro estranho sabe?

    • Sim, me fale deles.

    • É que eu me senti bem ao longo do final de semana, mais leve, mais alegre.

    • Sei

    • E isso que foi o estranho… me sentir assim sabe?

    • Ah sim, claro! Entendo perfeitamente.

    • O que você entende?

    • Pense em como você disse que se via assim que chegou à terapia.

    • Eu disse que me via como uma pessoa pequena, sem vida e incapaz de sentir coisas boas.

    • Sim… o que você viveu no final de semana “casa” com essa maneira de se ver?

    • Hum… não né? Eu me via de um jeito e me senti de outro!

    • Perfeito! Parabéns… desafiou a sua própria noção de eu!!

     

    “Sou uma pessoa alegre”, “sou uma pessoa triste”. Essas frases simples são muito profundas e poderosas. Elas nos falam à respeito do tipo de estado emocional com o qual nos identificamos. Porque isso é tão “profundo e poderoso”?

    Ocorre que a identidade não é apenas uma representação que temos sobre nós mesmos. Ela organiza o nosso pensamento, ações e até mesmo os lugares aos quais vamos, também, nos identificar. Assim sendo, uma pessoa que se diz “triste” pode não se identificar com momentos alegres e descontraído como uma festa ou uma reunião de amigos. Ela observa isso, mas se diz “isso não é para mim, sou triste” e então evita entrar em contato com estes ambientes, por exemplo.

    Ao fazê-lo também evita entrar em contato com os comportamentos que poderia desenvolver nesses lugares e então o seu processo de desenvolvimento mantém-se limitado ao que a sua identificação permite. Por este motivo é que a identidade emocional é tão “profunda”, pois ela é co determinante de várias área da nossa vida não se restringindo apenas à uma questão de auto imagem. Ela repercute no que pensamos e naquilo que nos permitimos ou não fazer.

    Uma das maneiras de começar a compreender mais sobre a sua identidade emocional é se perguntar de maneira direta “qual emoção mais fala de mim?” e permitir que a sua mente viaje ao passado buscando cenas que falem sobre as emoções mais importantes para você. Anote-as e depois reflita sobre o que estava sentindo na ocasião.

    Aprender a definir qual ou quais emoções mais falam sobre você o ajudará a definir muito sobre o seu próprio trabalho de desenvolvimento pessoal. Cada emoção fala sobre nos fala sobre nosso processo pessoal: a tristeza, por exemplo, fala sobre perdas, a raiva sobre o que devemos aprender para nos defender adequadamente e a motivação sobre aquilo que precisamos para andar na vida. Assim aquelas com as quais nos identificamos mais podem ser devido à nossa maneira de encarar o mundo ou ao que ainda não sabemos como fazer.

    Por exemplo, quando a pessoa diz que “é triste” ela pode estar falando sobre uma maneira peculiar de ver o mundo e a vida como um eterno processo de perdas. Assim tudo com o que a pessoa entra em contato é sempre algo que será perdido mais tarde. Isso organiza a sua forma de se relacionar e sentir aquilo com o que entra em contato. E tudo isso pode significar que ela não sabe como lidar com as perdas e por isso as vê tanto. Ou então pode ser porque ela se identifica com esta sensação em relação às coisas.

    O outro lado: as emoções com as quais não nos identificamos oferece outros desafios como os do cliente citado acima. Leveza e alegria lhe eram emoções desconhecidas. Assim as atividades que envolviam estas emoções nunca lhe pareceram legais. Quando ele entrou em contato com elas pode senti-las e aproveitar outros elementos da vasta e rica vida emocional. Então, basicamente, saber a emoção com a qual nos identificamos nos ajuda e entrar em contato com elas assim como a buscar novas emoções e uma evolução da vida!

    Abraço

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