• 7 de janeiro de 2015

    Limites da angústia

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    • E aí eu me vi sozinha sabe?

    • Sim.

    • Me deu uma angústia terrível sabe?

    • Sim. O que você fez com isso?

    • À princípio eu fiquei muito desnorteada, eu não sabia o que fazer. Queria logo ligar para ele.

    • Ligou?

    • Não… eu me aquietei e pensei comigo: puxa vida, não posso ficar bem comigo mesma durante um final de semana?

    • Ahh… olhe que interessante!

    • Sim… e daí, pensando nisso, eu fiquei bem melhor. Nem senti angústia, fiquei com saudades só, mas normal.

    • Ótimo!

     

    Uma das causas de muitas dores e problemas humanos é simplesmente uma questão de limite e critérios. Numa relação, por exemplo, se o limite que tenho em relação à ciúme é de que a pessoa com quem estou não pode falar com nenhuma pessoa do sexo oposto porque todas elas são potenciais problemas terei muitos problemas. Por outro lado se eu compreender que devo prestar atenção à uma série de fatores em conjunto tais como: pouco interesse na relação, descuido com elementos básicos, alto interesse em outras pessoas – ou em alguma em específico – ausências inexplicáveis, cobranças em exagero e nunca satisfeitas terei elementos mais concretos e precisos para que o ciúme seja um alerta importante ao invés de uma implicância.

     

    Cada um de nós possui limites e critérios estabelecidos para praticamente tudo o que ocorre em nossa vida intrapsíquica, muitos não possuem conhecimento ou consciência, deles, porém estão lá. Muitas vezes simplesmente ao perceber que tem um critério ou limite inadequado a pessoa já faz grandes mudanças. Eles funcionam como protocolos que norteiam a nossa vida, nossa percepção do que ocorre assim como as possíveis soluções que podemos nos oferecer, ao mudar um deles, mudamos junto todos estes elementos e, muitas vezes, é só o que precisamos: novas opções.

     

    O exemplo acima mostrou uma pessoa que tinha um limite muito forte: toda vez que se via só, pensava que estava fazendo algo de errado com sua vida. A presença de pessoas era um critério para saber que ela estava bem. O problema é que “estar bem” é algo que é mais saudável com o foco na própria pessoa e não em outras pessoas. Assim sendo, quando ela se diz “puxa, não posso ficar bem sozinha”, ela está alterando um limite e um critério (limite: o significado de ficar bem sozinho, critério: a presença de outros significa que estou vivendo “certo” x estou vivendo bem sozinho).

     

    A pergunta é: para que isso é tão importante? Para que a presença do outro é tão importante? Para que mostrar que você se esforça é importante? Para que saber que você é o melhor é importante? Para que ter muito dinheiro é importante? Saber a importância daquilo que buscamos nos dá a resposta que nos ajuda a perceber o critério que estamos usando para perceber a vida tal como percebemos e, consequentemente, vive-la. Em geral, repetimos a pergunta várias vezes até que ela as respostas comecem a se integrar num looping, nos mostrando que chegamos ao ponto central.

     

    Para que você mantém aqueles comportamentos inadequados que já até sabe como mudar? Para que insistir nos mesmos erros? Para que fugir daquelas escolhas que vão te dar uma vida melhor? À que critérios você tem servido? Que limites tem dado para a sua vida? Eles tem sido bons? Convido você à descobrir mais sobre você e ir ainda além, ainda melhor!

     

    Abraço

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