• 12 de janeiro de 2015

    Dentro e fora

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    Todo comportamento está dentro de um contexto. O significado desta frase é que tudo está em relação, ou seja, os pensamentos que temos e chamamos de nossos possuem uma relação com o mundo no qual vivemos. Mesmo as ideias originais e revolucionárias tem relação à algo que existe ou à falta de algo que não existe ou ainda a algo que “não existe”, mas seria muito bom de existir “aqui”.

    Saber disso não é tornar-se uma vítima do social ou compreender que apenas pensamos o que os outros querem. Essa reflexão leva para uma lei de causalidade, a saber: o outro e/ou o mundo causam meus pensamentos. Esta ideia não se sustenta porque se o outro determina o que penso, quem determina o que o outro deseja que eu pense? Somente um “outro” “outro” poderia fazer isso, mas e quem faz isso por ele? E assim entra-se numa regressão infinita buscando pela “causa primeira”.

    Compreender isso é saber que o comportamento busca uma relação no mundo externo e uma resposta deste mundo. Ou seja, ninguém se comporta “por acaso”. Todo comportamento está ligado à fenômenos e se relaciona com eles. Dessa maneira evita-se a regressão acima colocada porque dá à pessoa a responsabilidade de relacionar-se de alguma maneira com o meio, há um envolvimento do indivíduo e do meio também. Ao não se negar nenhum dos envolvidos entende-se que a ideia de inter relação é a que melhor explica – até agora – os nossos comportamentos.

    Ao dizer isso ao leitor quero chamar para a seguinte reflexão: o que você espera dos comportamentos que tem tido? Pergunta ampla? Sim, extremamente. Quando faço uma pergunta assim busco deixar o foco em aberto para que a pessoa o busque por si só ou, então, que a amplitude seja o foco.

    Neste caso a pergunta assume um caráter de reflexão mais existencial que o levará para as perguntas: o que tenho esperado da minha vida? O que imagino que vou conseguir correndo tanto como corro? Respeito? Amor? Dinheiro? Para que isso é importante para mim nesse momento? É algo que estou conquistando ou algo que simplesmente promete tapar algum buraco em minhas emoções?

    Quando nos perguntamos à serviço do que está o nosso comportamento a reflexão faz um balanço entre o dentro e o fora, ou seja, entre aquilo que penso, sinto e digo à mim e aquilo que realmente quero do ambiente e aquilo que tenho obtido. Muitas pessoas querem ter amigos e seu comportamento não leva ela à isso, ela pode dizer-se que as pessoas não a entendem. Mas, como seria se, ao perceber que deseja mais amigos ela pudesse brincar com seu próprio comportamento e ousar outras atitudes? Ou ainda mudar a explicação que dá para si de sua solidão? Ou ainda questionar para que deseja amigos?

    A intenção dessas reflexões não é julgar como bom ou ruim, mas sim tomar consciência. Porque isso é importante? Porque é a partir do momento que percebemos algo e que esse “algo” passa a existir em nossa consciência que se pode tomar alguma atitude frente à esse “algo”, enquanto não se faz isso ele permanece em nosso mundo, nos incomodando porém sem termos poder de ação sobre ele.

    O convite de hoje, então, é: amplie sua consciência compreendendo o seu comportamento além da barreira da sua pele buscando seu significado no mundo mais amplo que o cerca e, quem sabe, isso possa lhe trazer ótimas respostas?

    Abraço

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