- Tenho um relacionamento próximo com o meu filho.
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Que coisa boa!
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É, mas eu não sei ao certo se isso não atrapalha.
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De que maneira iria atrapalhar?
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Bem… é que eu acabo não dando limites para ele quando preciso e vejo que está…
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Saindo do “controle”?
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É… algo assim…
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Sim… “ser” próximo e ser relapso na educação são coisas diferentes sabe?
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Ai… tá… entendi…
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Que bom. O que você sente quando precisa dar limites?
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Fico inseguro. E se não for isso o melhor para ele?
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Hum, entendi, vamos mexer nisso aí.
A relação entre pais e filhos é de enorme importância para todos nós. Não apenas pelos vínculos familiares, como também pelas pessoas que estarão sendo formadas para a vida em comunidade. Como se diz, as crianças são o futuro.
Ocorre que como já dizia o comercial, “não basta ser pai, tem que participar” e essa participação traz responsabilidades que requerem habilidades que as pessoas muitas vezes não possuem. O tema do limite é algo básico no consultório hoje em dia. As pessoas sentem medo de dar limites, não sabem dar limites ou nem sabem para que dar um limite, por exemplo. Essa competência é uma das que são fundamentais para a educação da criança. Sem ela a pessoa não compreende direito o mundo à sua volta, porque se percebe sem limites num universo com limites, isso é muito confuso.
Ter uma ideia sobre a educação das crianças que seja coerente e uniforme entre o casal é outro fator importante. É muito complicado educar uma criança quando o casal não tem uma linha que os una. Todos conhecem o famoso “Posso pai?” “pergunta para a tua mãe”, “posso mãe?” Pergunta para o teu pai. O que ocorre? A criança escolhe sozinha. Pior que isso é quando os pais dão respostas diferentes para a mesma pergunta mostrando que não há harmonia no casal. “A quem obedecer?”, pergunta-se a criança? Assim sendo, a competência de ter uma relação harmoniosa com entendimento na educação das crianças é fundamental.
A empatia é uma outra habilidade importante. A criança aprende “quem é” a partir dos olhos do outro. O adulto ensina os limites do corpo, da emoção e da identidade da criança ao longo de sua formação. Ser empático nesse contexto significa saber ver um outro e dar-lhe respeito. Sem isso é impossível mostrar à criança quem ela é, se eu não o vejo, não posso mostrar você à você mesmo. Muitas crianças tornam-se adultos e vem ao consultório sem ter esta percepção adequada de si mesmo.
Agora, saindo um pouco dos “tem que”, vale a pena lembrar que cada criança é um ser único. Assim, é importante saber apreciar este ser da maneira que é. Esta, creio eu, uma “habilidade” que é uma arte, a arte de saber olhar o outro, aceitá-lo e deixar que a relação o guie, a arte de jogar com o outro – não num sentido manipulador. Abrir-se ao novo, à experiência única que será a relação com a criança é importante para que os pais além de terem suas regras aprendam com a criança e deixem este espaço aberto à ela no mundo.
E você, pai e mãe leitores, como estão fazendo o nosso futuro?
Abraço
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