• 6 de fevereiro de 2015

    Coisas pequenas

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    • Eu não aguento mais Akim!

    • O que?

    • A minha namorada que fica sempre colocando a droga da toalha em cima da cama.

    • Hum… problemático não?

    • Sim!!

    • Como você se sente quando ela faz isso?

    • Negligenciado é a palavra!

    • Entendo. Como se as suas necessidades não fossem atendidas?

    • Nem sequer percebidas.

    • Isso ocorre apenas nesta situação ou em outras também?

    • Em outras pensando bem…

    • Mas com esta que você se permite demonstrar a raiva.

    • Sim. Eu odeio a toalha… para mim é o cúmulo.

    • Sim, o cúmulo. Então aqui você estoura e deixa as outras situações passarem.

    • É… parece meio bobo?

    • Sim e não… como você deu à toalha um valor enorme e aos outros um valor pequeno você está agindo de acordo com que tem como valores.

    • Mas… sei lá… a toalha é ruim…

    • Mas?

    • Mas tem coisa mais complicada que isso…

    • Eu também acho… que tal reavaliar isso e aprender a agir de uma maneira diferente?

    • Eu acho uma boa… sabe que… de repente eu não vou ficar mais tão puto com a toalha…

    • Concordo.

     

    Comportamentos dificilmente são apenas comportamentos. Nada está fora de contexto, portanto cada comportamento que temos assume um significado próprio. Cada um de nós dá aos comportamentos um significado e cada relação também dá ao comportamento algum significado e é aí que começam os desentendimentos.

    Cada pessoa pode ter um valor específico para um determinado comportamento, porém dentro da relação esse comportamento não é apenas “de um ou de outro” ele tem um significado específico para aquelas pessoas envolvidas naquela relação. Um exemplo simples, beijar na boca como um gesto de cumprimentar alguém. O brasileiro entende que beijo na boca não é um comportamento para cumprimentar, porém os russos entendem que sim. Como meu pai é russo, aprendi que um homem beijar outro na boca é válido como um sinal de “oi”. No entanto, quando estou nos meus relacionamentos com amigos não os beijo na boca para dar “oi” porque para eles este comportamento tem outro significado.

    O que dizer, então dos milhares de comportamento que vivemos em nossas relações cotidianas? Desde acordar e dar um beijo de oi no conjugue, jogar toalhas molhadas em cima da cama, divisão de tarefas, lidar com finanças, criar filhos, pagar a conta, abrir a porta do carro, frequência sexual, enfim, muitos e muitos comportamentos que possuem, cada um, um significado próprio para cada um do casal e dentro da própria relação.

    As relações são jogos e esses jogos conseguem atribuir um valor específico à um dado comportamento. É muito comum que as pessoas vivenciem uma relação na qual um dado comportamento incomoda muito, e o mesmo comportamento em outra não incomoda nada, passa até desapercebido. Isso é por causa da força do jogo que se estabelece entre as duas pessoas.

    Quando um comportamento passa a incomodar é importante se perguntar o que ele significa para você e o que esse comportamento pode estar significando para a relação. Apreender o significado do comportamento é fundamental. O significado dá o valor do comportamento, assim o fato de como a pessoa aperta a pasta de dentes pode significar falta de cuidado para com o outro. Quando se apreende o significado do comportamento pode-se modificar a maneira de ver este comportamento e até mesmo de dar um novo valor à ele (a pasta de dente realmente mostra afeto?)

    Além de fazer um trabalho pessoal, muitas vezes é importante verificar o que o outro acha sobre o comportamento. Não é incomum que uma pessoa dê muita atenção à um determinado comportamento e o conjugue nenhum. Assim criam-se problemas imensos através de coisas “pequenas”, porque o problema não é a coisa em si, mas o valor que ela assume.

    E você, dando muito valor para coisas pequenas?

    Abraço

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