- Mas Akim, não sei o que você fica insistindo neste tema.
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Porque estou vendo você escondendo uma emoção.
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Não estou escondendo nada.
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E está com medo de mim porque estou vendo esta emoção.
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Já disse que não estou escondendo nada e não sei porque você quer falar deste tema.
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E apesar disso tudo você não consegue me dissuadir… é tão difícil assim falar desse tema?
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Já disse que…
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Não vê nada ou quer ficar se escondendo atrás desse rosto falso de bom moço?
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Akim, você está…
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Não posso estar sendo rude com você, porque não posso ser rude com algo falso como essa sua cara.
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CALE A BOCA!!
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Ótimo… agora sim… raiva… você fica muito com raiva?
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SIM!
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Mas não mostra né?
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Não…
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Obrigado por mostrar ela para mim… que tal falar sobre isso agora?
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Droga… sim né?
Emoção é um termo que fala sobre muitos aspectos. Não se trata apenas daquilo que é sentido, envolve também um pensamento que acompanha o sentir, um contexto e uma ação. Emoções possuem funções – nunca é por acaso que se sente algo. Sentir uma emoção é algo mais complexo do que se pensa porque ao sentir permite-se que uma sorte de elementos venham à tona. É exatamente este aspecto que faz com que julguemos as emoções como boas ou ruins e que desejemos, então, bloqueá-las.
O problema de bloquear uma emoção é que ao fazê-lo se está bloqueando junto todo este conjunto de elementos que a compõe (ações, pensamentos, contexto). Negar o que se sente é negar uma realidade inteira e não “apenas” uma emoção. Aí é que reside o grande problema.
Ao negar a raiva, por exemplo, a pessoa pode estar deixando para trás uma situação na qual ela está – realmente – sendo ameaçada ou atacada. Negar significa que ela não irá dar atenção necessária à situação para aprender a se defender e tenderá a assumir comportamentos compensatórios para conseguir se manter viva. Estes comportamentos nem sempre são a melhor escolha porque não resolvem a situação, apenas atenuam e isso, mais cedo ou mais tarde irá ter um preço.
Ao negar a tristeza a pessoa se fecha para aquilo que era importante para ela e que foi perdido. Embora chorar não vá trazer o que foi perdido de volta é o primeiro passo para “resolver” a tristeza, à saber, o passo de aceitar a perda – e a dor que ela acarreta. Com isso é que se pode pensar em, no futuro, buscar o elemento psíquico que foi perdido. Ao negar esta emoção a pessoa se prende – mesmo que inconscientemente – ao que foi perdido. Não chora, mas também não se liberta plenamente. Não sente a dor, mas não sente a alegria de forma plena.
Negar as emoções em geral é um comportamento que é motivado por duas causas básicas: não saber lidar com a emoção e temer a emoção seja pela sua força seja pelo fato de que a emoção pode ter um julgamento negativo para a pessoa ou para a família da pessoa.
Aprender a lidar com a emoção envolve compreender sua função em nossas vidas e aprender a expressar a emoção assim como o conteúdo ao qual ela se refere de uma maneira construtiva de inteligência emocional para a pessoa e seu meio. Aqui entra o trabalho de administração das emoções onde perceber sensações, fazer conexões entre o que se sente, o que se vive e o a maneira de agir da pessoa fazem as vezes do auto conhecer-se.
Trabalhar com o julgamento moral das emoções significa aprender que uma emoção, por si, não é boa ou má, mas sim um sinal de algo dentro de nós que precisa de alguma resposta. Envolvemos crenças pessoais, familiares e sociais neste âmbito para que a pessoa aprenda a tornar-se mais rica em suas emoções, em permitir-se sentir para, então, desenvolver um trabalho de administração sobre elas. E num mundo que cada vez mais diminui o leque de emoções “permitidas” esse tipo de trabalho é fundamental!
E você: esconde ou permite suas emoções existirem?
Abraço
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