• 9 de março de 2015

    Coisas que escondemos

    Marianne-Costa-esconder

     

    • Tenho me sentido estranho quando venho aqui.

    • O que te faz sentir isso?

    • É como se eu estivesse falando de um problema, mas, na verdade, tenho que falar de outra coisa.

    • Você sabe o que coisa poderia ser?

    • Não.

    • Qual a emoção que sente ao pensar sobre isso?

    • Sinto medo.

    • Você poderia ter coisas guardadas sobre você das quais se arrepende ou sente culpado?

    • (silêncio) Sim… eu acho que sim…

    • Talvez essas coisas estejam pedindo para serem revistas.

    • É… mas é complicado sabe?

    • Sim, eu acredito. Esse tipo de “coisa” é algo que deve ser vista com cuidado, você gostaria de ver isso com cuidado?

    • Eu acho que sim…

     

    Nem sempre decisões são simples de serem tomadas. Algumas vezes decidir envolve fazer coisas que não temos certeza ou que não concordamos plenamente. Dessa maneira é comum que deixemos algumas perguntas sem resposta ou algumas emoções “guardadas” em nossa mente quando passamos por momentos difíceis.

    A terapia, muitas vezes é um lugar onde estas coisas escondidas aparecem. E elas aparecem “do nada”, na verdade, aparecem porque se deu um tempo e um lugar para que elas possam emergir. Em geral com nossas vidas atribuladas enfiamos a cabeça nas atividades práticas da vida e deixamos de lado a parte emocional, usamos uma energia considerável para manter estes conteúdos abafados e então, o que fazer quando eles emergem?

    A tendência das pessoas é tentar guardá-los novamente, afinal a situação “já passou” e elas não desejam reviver nada daquilo. Porém, existe um significado para que determinadas lembranças retornem à nossa mente: aprender com elas. Desta maneira a dor que elas podem evocar torna-se menor frente ao problema de não trabalhar com elas que é de poder repetir as mesmas situações novamente ou sentir-se culpado por algo que não se tem culpa o resto de suas vidas.

    Assim não pense que a situação já passou. Emocionalmente falando ela só “passa” quando se está “bem resolvido” com ela. Esta meta é um tanto subjetiva e envolve o padrão moral da pessoa. Em geral os relatos giram em torno da ideia de “leveza” em relação ao assunto. Ou seja, é como se “estar bem resolvido” fosse quando a pessoa pensa no assunto e tem uma emoção que vai de alívio, leveza até agradecimento, aprendizado ou alegria. Buscar por isso é algo que pode parecer impossível ou aterrorizante no começo, mas é uma bela meta.

    O segundo passo é compreender que você não vai falar “apenas” da situação, mas sim de como você se organizou frente à ela. Não é exatamente o que passamos que nos afeta, mas a maneira pela qual no organizamos para passar pela situação. O importante é compreender a maneira pela qual você viu a situação, pela qual você se vê nela como vê o que viveu e o que faz com isso hoje. Com estes dados pode-se começar a compreender o que você aprendeu e, então, começar a trabalhar sobre isso.

    A partir daqui temos um leque muito amplo e recomendo que busque fazer isso com um terapeuta que possa lhe ajudar a rever as organizações que você criou tempos atrás para ver se elas foram ou se ainda são uteis e como construir novas formas de refletir e agir frente ao que lhe causa problemas.

    Abraço

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