- Pois é Akim, mas me dá uma preguiça de fazer isso!
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Eu sei, eu sei…
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E daí, o que eu faço?
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O que tem que fazer!
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Mas e a preguiça?
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É simples: você ficar deitada no sofá te ajuda como a atingir os teus objetivos?
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De jeito nenhum…
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Então tens que pensar na preguiça ou no quão bom será quando “chegar lá”?
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É…
Todos já sentimos a sensação de preguiça. Sabemos como ela pode ser incapacitante em determinados momentos e gerar muito culpa depois assim como pode ser muito prazerosa em outros e gerar um bem-estar. O que faz com que uma ou outra ocorra?
A palavra “preguiça” tem dois significados distintos dentro de nossa cultura. Ela pode se referir a sensação que temos quando temos uma atividade para fazer e não nos sentimos dispostos para realizar esta atividade. Pode, também, fazer menção à um desejo de ficar deitado, descansando quando não há nada a fazer. Obviamente traçar a linha que distingue estes dois estados é, algumas vezes, um exercício metafísico, mas vamos tentar seguir alguns princípios.
O primeiro deles é que justamente o sentido. Há uma diferença entre a preguiça como um estado fisiológico de baixa energia ou até mesmo necessidade de sono (como depois de um almoço reforçado) e a preguiça mental onde o corpo possui energia e a mente está ágil, mas a pessoa simplesmente não quer fazer alguma coisa. Típico de quando um pai pede aos filhos ajudarem na louça e todos “estão com preguiça”, mas se no momento seguinte diz “então vamos passear no shopping e ver um filme”, por exemplo, todos pulam do sofá prontos para sair.
Seguindo esta primeira distinção é importante notar que a preguiça possui uma estrutura na qual aquilo que está sendo feito é muito mais prazeroso do que aquilo que deve ser feito ou então menos pior. Esta mesma frase já oferece mais um elemento da preguiça: a ação que temos preguiça de fazer “deve” ser feita e o dever na nossa cultura não é algo bem visto. Assim temos que a pessoa sente-se obrigada a fazer algo que irá trazer um futuro pior do que o presente.
Como resolver isso?
O primeiro ponto é trocar a palavra eu “tenho que”, “devo”, “preciso” por “quero”. Dizer, por exemplo, tenho que levantar cedo para ir à academia evoca uma emoção diferente de “eu quero acordar cedo para ir à academia”. O simples fato de modificar a estrutura do pensamento (não é só dizer a frase, é modificar a maneira de pensar no tema “ir à academia” e “levantar cedo” é um ajuste de percepção) já organiza a pessoa a buscar o motivo de ir à academia. “Porque quero acordar cedo para ir à academia”? Porque quero emagrecer, poque quero me sentir mais forte, melhorar a respiração… o motivo dá vida à ação e precisa ser mais forte do que aquilo que você está fazendo – no caso estar dormindo.
Isso fará com que o foco de afastar-se de algo bom seja modificado para aproximar-se de algo melhor ainda. Daí que tem algumas pessoas que não são preguiçosas e tem uma energia contagiante. Sua estratégia de motivação sempre lhes diz que estão saindo de algo bom para ir à algo ainda melhor, já pensou em como ficar pode ficar preguiçoso com isso em mente?
Sim. Existe uma maneira e, então, diga-se de passagem, a preguiça será algo maravilhoso para você. O momento em que você realmente não tem nada para fazer e o seu desejo é realmente tirar uma pestana e repousar. Adoro o exemplo de uma preguiça pós-almoço (que é a que mais gosto).
E aí, vai ficar de preguiça?
Abraço
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