- Não quero muito saber disso.
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Entendo. Não quer ou tem medo?
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É… tipo… sabe aquela coisa que você não sabe se quer saber?
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Sei sim.
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Então… eu fico me perguntando se estou no caminho certo, mas não sei direito.
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Tem medo de descobrir que não?
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É… tipo… medo, na verdade, de ver que joguei boa parte de minha vida fora.
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E não respondendo corre o risco de jogar a outra parte… será que não é uma pergunta que vale à pena?
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Olhando por este viés…
Muitas vezes queremos fugir das perguntas que nos veem à mente. Desejamos que elas não falem e nos incomodem. Enquanto lutamos contra elas gastamos uma boa dose de boa energia em coisas erradas. Ao invés de evitar as perguntas, porque não buscar compreendê-las? Em geral tememos as perguntas porque não buscamos compreendê-las. Tememos as respostas que podem trazer ou o que precisaremos fazer ao encontrar as respostas.
Algumas vezes nos fazemos perguntas num estilo “ou vai ou racha”, ou seja são perguntas cuja resposta é “sim” ou “não” e elas, em geral, nos fazem ter medo da resposta. No entanto, poucas coisas na vida são radicias assim. Em geral estas perguntas falam de alguma coisa específica ou alguma outra reflexão que a pessoa deve aprofundar para compreender, verdadeiramente, qual a pergunta que deseja se fazer. Perguntas podem ser mal feitas e uma pergunta assim pode levar à problemas.
Assim sendo, o que fazer com nossas perguntas? Um dos primeiros pontos que busco tratar é compreender, verdadeiramente o significado da pergunta, ou seja, para que ela é importante? Porque esta pergunta e não outra? De que tema ela verdadeiramente está falando? Muitas vezes as pessoas projetam seus problemas e uma pergunta do tipo “será que meu casamento me faz feliz?” pode ser simplesmente uma projeção da certeza de que o seu trabalho não o está deixando feliz.
Compreender o tema e a importância da reposta (para que ela serve) nos guia para um fator importante quando nos fazemos uma pergunta: onde, realmente, queremos chegar. Saber que tipo de resposta desejamos nos leva a elaborar melhor as perguntas e encontrar soluções para nossos anseios. É no como faço a pergunta que reside o verdadeiro problema e não apenas na pergunta em si.
O que realmente responde as suas perguntas? Buscar compreender isso é buscar o significado como mencionei acima. A pergunta “Meu casamento me faz feliz?” Pode ter várias respostas e elas podem não responder a pergunta. Então um simples “sim” ou “não”, por exemplo, pode não ser a resposta efetiva. Algumas vezes a pessoa quer outra coisa com a pergunta, esta do casamento, por exemplo, pode estar precisando de uma reposta sobre as escolhas da pessoa, assim uma pergunta mais adequada seria “escolhi bem minha relação?” e isso pode levar à “faço bem minhas escolhas?” que pode terminar, por fim em uma reflexão tal como: estou precisando viver minha vida de forma diferente, as escolhas que fiz não me servem inteiramente mais, então preciso de novas escolhas, horizontes desafios. E isso pode não ter nada a ver com a pergunta original.
Aprender a fazer esta progressão de profundidade no tema que se está trabalhando é fundamental para fazer boas perguntas, espero que este artigo tenha ajudado você com as suas.
Abraço
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