• 22 de junho de 2015

    Desejo de ter… medo de perder

    Desejo de ter medo de perder

    • Akim, eu amo ela!

    • Eu sei… mas como você sabe disso?

    • Só de pensar que eu posso perder ela, me dá medo.

    • Ah, então no que você está focando: amor ou medo?

    • Hum… parece que é no medo né?

    • Sim.

    • E aí, o que eu faço?

    • Bem… pode refletir, por exemplo, o que significa perder ela para você?

    • Não sei direito… meio que uma coisa de fracasso.

    • Então o que você realmente não quer é sentir-se fracassado?

    • Seria ruim perder mais um relacionamento.

    • “Perder mais um”, pois é… no entanto, não me parece que você está preocupado com a qualidade da relação, mas apenas em não acumular “mais um fracasso”.

    • É…

     

    Ao amar o simples fato de se pensar sem a pessoa amada nos faz sentir um frio na barriga. Porém, o medo de perder a pessoa pode ser algo mais forte do que a relação em si. Isso pode trazer problemas.

    Quais?

    É importante compreender primeiro que existem duas maneiras básicas de se motivar à algo. Uma delas é por aproximação de alguma coisa que desejamos ter, sentir ou conquistar. A segunda é de afastamento, na qual desejamos manter algo ruim longe ou nos afastar de algo que não desejamos.

    Quando uma relação se baseia em aproximação as pessoas envolvidas possuem planos bem claros daquilo que desejam ter de um relacionamento. Seja lá o que for, elas buscam criar com o seu comportamento o cenário que tem dentro de suas mentes. Na aproximação a busca é por algo que se quer e que irá fazer bem à pessoa. Coloca-se a relação em consonância com o desejo.

    Já no caso do afastamento os envolvidos projetam seus medos na relação e a tem como uma forma de evitar esses cenários negativos. O exemplo mais clássico é o medo de solidão, no qual as pessoas não querem sentir-se sozinhas, pensam que estar só é igual a ser fracassado ou abandonado ou indigno de amor e, com a presença do outro sentem que este mal esta afastado. Perceba que o mal não foi evitado para sempre, apenas está distante.

    E é justamente por este motivo que o medo continua existindo. Pegando o exemplo do medo da solidão, esta continua possível, apenas está – neste momento – distante da pessoa pelo fato de estar na relação. Se ela sair da relação ou se esta acabar por algum motivo o elemento temido poderá vir à tona novamente. É isto o que se deseja evitar.

    O medo de perder a pessoa está, em geral, vinculada à um outro medo que está projetado na pessoa. Ao invés de se lidar com o medo da solidão, imagina-se com medo de perder o conjugue. Compreender o medo que está projetado no parceiro – ou na relação em si – é o primeiro passo para ajudar-se. Ao perceber que tenho medo de solidão, por exemplo, posso começar a questionar o que é estar só. Estar só é igual à não ter ninguém como companhia ou estar me servindo de companhia para eu mesmo?

    O desejo de estar com a pessoa não gera medos, pelo contrário, gera uma expectativa prazerosa que mistura a relação com a criação de coisas boas, que ambos desejam. Este encontro é uma feliz construir-se e reconstruir-se todo o tempo almejando sempre novos patamares de conquistas, satisfação e orgulho. Se estes sentimentos estão distantes de você, talvez o que você realmente sinta é simplesmente o medo de perder a relação ou o conjugue. E se este for o caso, pense seriamente no que isso significa para você. Talvez você – e a relação – poderão “lucrar” mais com uma investigação profunda e sincera de sua própria mente do que em simplesmente estarem juntos porém sem qualidade – e talvez sem desejo.

    Abraço

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