• 24 de junho de 2015

    Sobre o tempo

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    • Mas isso é muito chato!

    • Porque?

    • Porque vai acontecer só ano que vem!

    • Eu sei. Mas é o seu desejo não é?

    • Sim… mas eu queria agora!

    • Eu sei… mas não dá!

    • Porque não?!

    • Pergunte à natureza… ela que decidiu que bebes demoram 9 meses pra nascer… porque ao invés de pensar no que não está acontecendo agora você não presta atenção às várias sensações que terá enquanto grávida… será uma aventura inesquecível e, no final, passa rápido.

    • Hummmm

     

    Você já pensou em como a sua maneira de perceber o tempo afeta a sua vida? Não, não estou falando de como a sua agenda está apertada, mas sim de como você encara a sua agenda.

    O tempo é talvez um dos componentes mais importantes da nossa vida e um dos menos explorados. A única questão que vejo com frequência é que temos pouco tempo e como administrar o tempo. Mas pouco se fala sobre como vivenciamos o que chamamos de tempo. Por exemplo, você já percebeu que tem pessoas com um futuro muito claro à sua frente enquanto outras não sabem o que irão fazer na hora do almoço? Essa diferença é apenas em relação à criação de metas? Não, muitas vezes o problema não é com o desejo e sim em não saber olhar para o futuro.

    Muitas pessoas, por exemplo, acham que pensar no futuro não vale à pena porque elas não sabem se vão poder fazer aquilo que desejam. Daí que mantém o futuro escuro, ou seja, sem planos. Pensar à longo prazo e conseguir visualizar um futuro não se trata de se ele irá ou não acontecer, mas sim da competência para fazer isso motivar os seus comportamentos atuais. Em geral pessoas com este pensamento, são, na verdade, reféns do presente. Ou seja, não é que elas não acreditam que podem ter um futuro melhor, mas seu pensamento se limita às sensações que sentem agora.

    O outro lado da moeda também é válido. Tem pessoas que estão tão focadas no futuro que sua mente não consegue se deslocar para o aqui e agora e viver algo prazeroso que está acontecendo. Outros são vítimas de seus passados e andam para frente, porém de costas, apenas vendo aquilo que já passou. É a pessoa que está sempre chafurdando suas memórias e eventos passados. Vive dos contos sobre aquilo que lhe aconteceu.

    Presente, passado e futuro possuem propriedades importantes para as pessoas e suas evoluções pessoais. O futuro, por exemplo, é um importante motivador da ação. A ideia de um futuro melhor pode nos mover e organizar planos de longo prazo. Ninguém faz um sacrifício se não pensa – pelo menos um pouco – num momento futuro. Já o passado pode ser fonte de aprendizado e gratidão que são importantes para sustentar a pessoa no presente, algo como “vim até aqui, então posso ir à frente”. O presente é onde as coisas realmente acontecem e estar em contato com ele é estar em contato com a vida em si. Um sem o outro não fazem sentido, tornam-se limitantes.

    Qual o seu foco? Qual o tipo de ‘tempo’ que você não gosta de perceber? Tudo isso tem relação com o como você organiza o tempo em sua mente e com as competências para fazer isso. Quem não gosta de futuro tem dificuldade em planejar, quem não gosta do passado tem dificuldade em relembrar e quem não gosta do presente não gosta de sentir. Obviamente esta lista não é exaustiva e existem outras razões.

    Abraço

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