- Mas Akim… de novo isso!?
- Sim… de novo…
- Eu não aguento mais voltar para o tema da insegurança.
- Eu entendo, porém é ele que sempre se apresenta. O que você tem refletido e feito de fato sobre este tema?
- Na verdade… sei lá… eu prefiro evitar… já entendi que é isso sabe?
- Sim, porém entender é uma parte, agora, mudar é a que realmente faz diferença.
- É… bem… eu sei… mas é difícil
- Fale mais sobre isso
Um fenômeno comum em terapia é as pessoas sempre voltarem à um determinado tema. A maior parte das pessoas acham que a terapia não está indo adiante quando percebem isso, esperam que tenham cada vez mais temas e temas diferentes. No entanto, nada poderia ser mais distante da verdade. Quando a pessoa percebe que está rodando em torno de um tema, em geral, isso significa que ela está tocando o cerne do problema estrutural que a trouxe à terapia.
Em outros posts já falei que nossas questões possuem “níveis”, ou seja, uma tristeza, pode ser apenas o sintoma de um outro problema mais profundo. Assim, quando, no processo a pessoa começa a chegar sempre no mesmo ponto, isso pode significar que ela está em níveis mais profundos daquilo que ela acha que é o problema. Com isso quero dizer que boa parte de nós quando entramos em terapia temos um foco do problema, percebemos o sintoma, porém não sabemos identificar ainda a dinâmica que gera este tipo de sintoma.
Perceber que você está rondando o mesmo tema é um indicativo de que a ansiedade diminuiu e que todos os temas levam ao mesmo lugar, ou seja, à dinâmica psíquica que gera a problemática. Ao invés de achar que sua terapia não está dando certo tente perceber o que faz com que todos estes temas estejam ligados. Buscar pelos elos entre os temas que o levam ao mesmo lugar é uma das maneiras de conseguir compreender a dinâmica.
Quando digo “dinâmica”, o que quero dizer é que nossa vida emocional não é um circuito fechado no qual apertamos um botão e uma luz se acende. É mais parecido com um computador em que todas as áreas estão ligadas umas às outras e compartilham de uma história que é vivida no dia a dia. Assim sendo elementos do seu passado assim como expectativas do seu futuro interferem no seu presente afetando, por exemplo, a sua motivação, mas isso pode interferir em outras áreas como o seu relacionamento. A vivência diária dessa maneira de lidar consigo mesmo cria “dinâmicas”, ou “jeitões de ser e de pensar” que se repetem e fazem com que a pessoa tenha sempre uma vida muito parecida.
Compreender esta dinâmica é o fundamento de terapias mais “profundas” ou seja, de níveis distintos. Ela é o gerador de novos hábitos e comportamentos. Ao compreendê-la, compreendemos, também a origem de nossos comportamentos e pensamentos assim como a chave para conseguir mudar e até especificar exatamente aquilo que desejamos realmente mudar.
Abraço
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