O que é ser fraco? Para responder adequadamente a pergunta precisamos nos ater à alguns elementos. O primeiro deles é descobrir em relação à que a pessoa se acha fraca, o segundo responder se esta fraqueza permanece ao nível de competência ou se ela já é parte da identidade da pessoa. Você sabe responder isso?
Fraqueza sempre tem relação à alguma coisa, este é o primeiro ponto importante. A pessoa pode ser “fraca” num determinado esporte, ela pode ser fraca por não ter muita força física ou ainda ser fraca para determinados filmes ou comidas. Fraqueza, assim tem uma relação de funcionalidade que indica que se a pessoa funciona “bem” ou não. É óbvio dizer que funcionar “bem” ou “mal” é uma questão de parâmetros também.
Nessa acepção todos nós somos fracos em alguma coisa, não existe pessoa preparada para tudo. Algumas fraquezas precisamos vencer e nos tornar mais fortes, outras não são tão importantes. Em algumas, inclusive, encontramos na própria fraqueza força. Ou seja o fato de não ser bom em determinado elemento pode forçar a pessoa a relacionar-se com ele de uma maneira diferente da habitual encontrando nisso novas maneiras de “ser forte”.
Outra acepção que é mais complexa é quando a fraqueza se apresenta para a pessoa como um elemento da sua identidade, de quem ela é ou pensa que é. Nesse caso a relação é com o “eu”, ou seja, o “eu” se percebe como fraco, o ato de existir e de se expressar é tido como “fraco”. Esta percepção complexifica a vida da pessoa porque ela irá generalizar a fraqueza dela para tudo o que fizer, visto que a fraqueza “está nela”.
Se no primeiro caso o importante é desenvolver ou aprimorar características, o que fazer no segundo caso? Descobrir em nós a força pode ser uma tarefa muito difícil principalmente se você não se der uma definição do que é ser forte. Assim o primeiro passo é determinar: se “eu” fosse forte, o que eu faria? Como eu seria? O que seria diferente em mim? Alguma vez eu já demonstrei isso de alguma maneira ou vi alguém que faz isso?
O segundo passo, a ação, precisar ser compreendida como um “florescer”, ou seja, a pessoa precisa compreender que tornar-se forte não é algo que ocorre do dia para a noite, não é algo que ocorre rapidamente. Porém, o mais importante é sempre dar o seu melhor em cada dia – mesmo que o “melhor” de cada dia seja diferente.
Manter o compromisso e validar cada atitude tomada em prol daquilo que se almeja são as duas ferramentas fundamentais para o desenvolvimento da “força interior”. Perceber-se forte, requer ação e reflexão, tomar para si aquilo que se faz de maneira valorizada ao invés de simplesmente dar-se por vencido e achar-se fraco sem ter muitas provas.
Esse, por sinal é outro comportamento que a pessoa deverá mudar em si. Aquilo que for feito que vai ao contrário do que se deseja para tornar-se forte não pode ser encarado como prova de fraqueza e sim como evidência de que o trabalho precisa continuar. A “evidência da fraqueza”, em geral, provoca a sensação de desânimo e desistência, ao longo que a percepção de que isso faz parte do caminho dá motivação.
Abraço