• 6 de abril de 2016

    Coragem

    – Mas Akim, eu tenho medo sabe?

    – Sim, eu sei.

    – É difícil!

    – É. Agora, o que você faz ao sentir medo?

    – Eu paro.

    – Ok, então diga que você escolhe parar ao sentir medo.

    – Qual a diferença?

    – Simples: você estará assumindo a responsabilidade pelo comportamento.

    – E do outro jeito?

    – Culpando uma emoção pela sua escolha. Emoções não escolhem por nós.

     

    A coragem é uma das emoções que mais tem sido alvo de chacota ultimamente. Certa vez, ouvi uma pessoa dizendo que a coragem é um clichê, obviamente, ela nunca precisou de coragem.

    E quem precisa de coragem? Todos nós. Porque? Porque todos sentimos medo. O medo e a coragem são emoções irmãs. Embora possa soar estranho pensar assim, fazê-lo é algo que simplifica muito a nossa vida. O medo é uma emoção que vem para nos proteger, ela reflete sobre uma ameaça futura e, com isso, nós nos precavemos, fugimos ou nos paralisamos afim de lidar com a ameaça.

    O medo é uma emoção de futuro, a coragem também é. A pessoa que se diz “corajosa” sempre justifica a sua ação com base naquilo que ela pode alcançar ao ser corajosa, nunca somos corajosos pelo que se passou, mas sim pelo que podemos obter. Assim como o medo, a coragem também tem, como função, nos proteger de algum infortúnio, visto que todo ato de coragem tem a ver com algo que é potencialmente danoso.

    O corajoso, olha para o perigo, ele compreende o risco, percebe que sua ação poderá custar algo valioso para ele. Porém a atitude é dizer: “sim” para a ação. No caso do medo, ao olharmos para aquilo que pode nos causar dano, dizemos “não” para a ação, freamos o nosso ímpeto e nos afastamos daquilo que pode nos machucar.

    É óbvio dizer que não há  nada de errado em fugir ou se afastar, porém, há algo que é importante de fazer. A maior parte das pessoas que não fez algo por causa do medo. Não é bem assim, o medo não toma decisões, quem toma somos nós. O medo nos avisa do que pode acontecer, porém somos nós que, ao sentir o medo, decidimos por não agir. Assim sendo, é importante assumir o comportamento que temos.

    Isso é o que abre as portas para a coragem. A coragem é o “sim” para a ação em frente ao medo. Quer dizer que sem medo não há coragem. O corajoso sabe disso, ele sente bem o medo, porém aprende a dizer sim para a ação que deseja empreender. Como ambas são emoções relativas ao futuro, ambas lidam com fantasia, o corajoso apenas decide dizer “sim” para uma fantasia que ele deseja realizar.

    Abraço

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